Se Norte e Centro não aumentarem riqueza "o país terá problema muito sério" - CCDRN
Porto Canal / Agências
Porto, 14 nov (Lusa) -- O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN) afirmou hoje que se o Norte e o Centro não aumentarem os níveis de rendimento e de riqueza "o país vai ter um problema muito sério pela frente".
"Ou rapidamente as duas regiões mais pobres do país crescem ao nível do rendimento e da riqueza ou o país vai ter um problema muito sério pela frente. Este não é um problema da região, do Porto ou de Aveiro, é um problema do país, é um problema estrutural, e é o país no seu conjunto que tem que resolver", afirmou Emídio Gomes, que esta manhã participou na sessão de abertura da conferência "Multimodalidade Área Metropolitana do Porto -- Uma oferta integrada de qualidade", promovida Transportes & Negócios e Comunidade Portuária de Leixões.
Para Emídio Gomes, "em bom rigor, as respostas aos grandes desafios nacionais passam pela região Norte e pela sua força humana e produtiva", sendo que o "Norte não é uma região qualquer".
"É a região motora das exportações nacionais e o pulmão industrial do país, duas características que só por si justificam uma política de integração e qualificação consequente das diferentes infraestruturas de transporte e serviços de mobilidade", vincou.
O responsável lembrou que, apesar de o Norte representar 38% das exportações nacionais e apresentar um 'superavit' de cinco mil milhões de euros na sua balança comercial, "é a região mais pobre do país".
"Algo está errado e não correu bem", sublinhou.
Emídio Gomes destacou também que o Norte "é uma grande região europeia, que se quer aberta ao exterior e que coloca a internacionalização como eixo prioritário da sua agenda de desenvolvimento", na qual o aeroporto Francisco Sá Carneiro (Porto) tem "um papel preponderante para todo o noroeste peninsular".
Frisando que a região "sabe responder quando tem liberdade, quando lhe é dada liberdade e quando lhe é exigida responsabilidade", Emídio Gomes defendeu que o "país deve aproveitar" estas capacidades.
O aeroporto, mas também o porto de Leixões, "enchem de orgulho a região e o país", disse, considerando que "qualificar e ampliar, de forma sustentável, a força destas infraestruturas e proceder à sua articulação com o sistema logístico regional, e com a rede ferro e rodoviária, é pois fundamental".
"O próximo ciclo de financiamento comunitário constitui uma oportunidade para, de uma vez por todas, fecharmos este sistema e darmos um salto qualitativo nos níveis de integração das infraestruturas e dos serviços prestados", sublinhou, adiantando que "a região não abrirá mão da aplicação das verbas disponíveis para o período 2014-2020, a bem da competitividade e da coesão do país".
Em declarações aos jornalistas, Emídio Gomes afirmou o próximo programa regional, que conta com 3.321 milhões de euros, "é um programa como a região nunca teve".
"Pela primeira vez tem Fundo Social Europeu, pela primeira vez tem verbas destinadas à formação avançada de recursos humanos (...). É um programa virado para os dois eixos competitividade e internacionalização e é óbvio que as questões da logística nestes dois pontos são uma prioridade", concluiu.
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