Paragens em Viana e Nine reforçariam sucesso do comboio "Celta" - Eixo Atlântico
Porto Canal / Agências
Viana do Castelo, 12 nov (Lusa) - O secretário-geral do Eixo Atlântico, Xoan Mao, defendeu hoje que a introdução de paragens em Viana do Castelo e Nine do novo comboio que liga Porto e Vigo poderá potenciar o sucesso que já se verifica naquela ligação.
A posição surge em reação aos números, avançados segunda-feira à Lusa por fonte da CP, dando conta que entre julho e outubro o novo serviço direto de comboio entre Porto e Vigo, na Galiza, transportou 19.900 passageiros.
Só em quatro meses, esse total representa já mais 30% de passageiros face à média do serviço anterior, que contava com 14 paragens intermédias e que se cifrava, também segundo a CP, em cerca de 15.000 passageiros por ano.
O novo comboio "Celta", operado em conjunto pela CP e pela congénere espanhola Renfe, entrou ao serviço a 02 de julho, passando a viagem a ser 45 minutos mais rápida, face às anteriores mais de três horas.
Com a eletrificação da Linha do Minho, a modernização do serviço - investimentos previstas pelo Governo português até 2016 - mas também face à "previsível paragem" em Viana do Castelo e Nine, diz Xoan Mao, o sucesso deste comboio será reforçado.
"Mas estes números de ocupação do 'Celta' confirmam a aposta na viabilidade da modernização da Linha do Minho, defendida pelo Eixo Atlântico desde 2010", afirma. Por outro lado recorda o anúncio da CP, há três anos, de suspensão daquela mesma ligação internacional "por não ser rentável".
Os números agora revelados pela CP coincidem com o período previsível de maior movimento do ano, mas o secretário-geral do Eixo Atlântico reconhece condições para este novo comboio, com as duas paragens intermédias a implementar - defende o Eixo Atlântico - e que em 2016 deverá fazer cada fazer cada viagem em 90 minutos, poderá movimentar mais de 30.000 passageiros por ano.
O Eixo Atlântico é entidade que defende os interesses das 34 maiores cidades do norte de Portugal e da Galiza, Espanha.
Pelo facto de circular numa via única, este comboio faz paragens técnicas ao longo do percurso, de poucos segundos, nomeadamente nas estações de Valença, Caminha, Viana do Castelo e Darque, para cruzamento de composições, mas sem permitir o embarque ou desembarque de passageiros.
Empresários e autarcas dos concelhos da Linha do Minho, antes servidos por grande parte das 14 paragens da ligação internacional, têm vindo a insistir na necessidade de estabelecer uma paragem intermédia.
Contudo, explica a CP, a "eventual introdução de alterações ao serviço poderá ter implicações nos tempos" de viagem e percurso "e, consequentemente, no serviço que foi acordado pelos governos português e espanhol na altura do anúncio desta ligação, no âmbito da XXVI Cimeira Luso-Espanhola".
"Recorda-se que o conceito base deste serviço consistiu, desde a primeira hora, numa ligação direta e sem paragens intermédias", apontou, anteriormente, a transportadora ferroviária portuguesa.
Por esse motivo, "qualquer alteração que venha a ser introduzida terá que merecer o acordo dos governos e, a acontecer, não deixará de ser previamente anunciada aos clientes pela CP e pela Renfe".
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