Pequenos acionistas avançam com ações judiciais se CaixaBank não subir preço da OPA

| Economia
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 27 out (Lusa) - A associação de pequenos investidores ATM está a preparar várias ações judiciais caso não haja uma subida do preço oferecido pelo Caixabank na OPA sobre o BPI, sendo que uma das ações será contra o próprio Conselho de Administração do banco.

Em conferência de imprensa hoje realizada num hotel em Lisboa, o presidente da ATM -- Associação de Pequenos Investidores e Analistas Técnicos do Mercado de Capitais, Octávio Viana, disse que houve esta semana uma reunião com o presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e a vice-presidente, Gabriela Figueiredo Dias (já escolhida para futura presidente do regulador), a quem transmitiram a informação de que a contrapartida oferecida pelo CaixaBank, de 1,134 euros por ação, não é suficiente.

A ATM quer agora que o regulador do mercado não aceite o registo da Oferta Pública de Aquisição (OPA) sem nomear um auditor independente para fixar o preço justo.

No entanto, antes disso, a ATM espera que o CaixaBank suba o valor oferecido no âmbito da OPA (de 1,134 euros por ação) para um preço que, diz a associação de pequenos investidores, reflita para todos os acionistas do BPI a cedência do controlo do Banco Fomento Angola (BFA) a Isabel dos Santos.

Em setembro, o BPI fez um acordo com a Unitel (operadora angolana controlada por Isabel dos Santos e atualmente segundo maior acionista do BFA, com 49,9% do BFA) para a venda de 2% do capital do BFA por 28 milhões de euros, passando assim a Unitel a ficar com o controlo do banco angolano. Em contrapartida, a Santoro (empresa também de Isabel dos Santos, segunda maior acionista do BPI a seguir ao CaixaBank) permitiu o fim do limite de votos no BPI, passo essencial para o Caixabank tomar o controlo do banco português.

Caso não haja melhoria de preço, seja através de uma decisão do CaixaBank seja por decisão de auditor independente, a ATM prepara-se para "litigar com toda a força", disse hoje Octávio Viana.

Está a ser preparada uma ação administrativa contra o Estado português por a CMVM não tomar as medidas necessárias para definir um preço justo e uma ação popular contra os membros do Conselho de Administração do BPI, considerando a ATM que o órgão presidido por Artur Santos Silva e que tem Fernando Ulrich como presidente executivo não tem adotado as melhores práticas de governo societário nem tem defendido os interesses de todos os acionistas, assim como da "sociedade".

Além disso, caso não cedam as informações já pedidas, diz a ATM que serão colocadas ações judiciais de intimação à prestação de informação ao BPI, CaixaBank e Criteria ('holding' que controla o CaixaBank).

Segundo disse hoje o presidente da ATM, baseando-se em várias avaliações feitas no passado pelas entidades agora envolvidas neste processo, nesta OPA "3,15 euros por ação é a contrapartida correta".

No entanto, admitiu que um valor desses por ação significaria um montante que o CaixaBank não conseguiria pagar, pelo que admite um preço mais baixo, estimando em 2,26 euros por ação.

A ATM diz que representa acionistas do BPI com cerca de 4% do capital no total, entre particulares e institucionais, mas que tem uma posição alinhada com acionistas qualificados, referindo que têm tido contactos com o acionista Violas Ferreira, mas que não representam este grupo português.

IM// ATR

Lusa/fim

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