"Dêem-me 10% do que gastam com os fogos e eu prometo em cinco anos os fogos diminuirão brutalmente em Portugal"

Quanto à situação deste último fim-de-semana, onde as matas portuguesas foram o "palco" das chamas, não dando descanso a populares e bombeiros, o professor Carvalho Guerra, qualifica como "inacreditável" o cenário de incêndios.

O presidente da FORESTIS adianta ainda que toda esta situação se engloba num quadro de criminalidade.

"Um crime higiénico e sanitário, ficamos sem oxigénio e ficamos com o CO2 em maior quantidade (...) é um crime ambiental,a paisagem, a fixação das terras (...) é um crime económico, 10% das exportações portuguesas são floresta e ainda um crime social já que arderam 100 mil postos de trabalho directos", afirma Carvalho Guerra.

Aponta que o exército "devia estar a passar pelos montes em dias de vento norte como foi este fim-de-semana".

No que diz respeito à justiça questiona: "Quantos fogos são mesmo premeditados? Quantos são mesmo de piromaníacos?". E ainda critica o Governo dizendo em tom de 'chacota' "limpar custa dinheiro".

O presidente da FORESTIS lembrou a proposta que deu às autarquias que pertencem à CIM-Minho como forma de prevenção de fogos e aquecimento de escolas.

"A pagar os desrramos das árvores, a comprar uma caldeira para as escolas que não têm aquecimento, elas vão ter esse material para aquecer a escola", afirma o Carvalho Guerra.

As chuvas não irão dar tréguas às tragédias das matas e o professor Carvalho Guerra explica que "muitos destes resíduos da florestas da própria seiva, vai trazer resíduos muito, muito tóxicos que vão para os rios".

Quando se fala de penalização, o presidente da FORESTIS mostra-se indignado e questiona a si mesmo relativamente à morte dos bombeiros "se esse homem que provocou o incêndio fosse apanhado não devia ser julgado por homicídio involuntário?" concluindo que "a penalização tem que aumentar".