O Ministério Público quer que os pais do bebé de Chaves - que em Agosto do ano passado foi internado nos cuidados intensivos devido a lesões cranianas graves que sofreu por ter sido repetidamente abanado pelos progenitores, quando tinha três meses de vida - sejam proibidos do exercício de responsabilidades parentais, ou seja, que percam a tutela sobre a vida do menino por um período de um a dez anos.
O Porto Canal sabe que o bebé, que agora tem dez meses, ficou com sequelas para a vida e vai ter de fazer medicação crónica para a epilepsia por ter sido vítima da síndrome do “bebé abanado”. A conclusão consta da Acusação deduzida pelo Ministério Público de Chaves, a que o Porto Canal teve acesso em exclusivo e que imputa ao casal dois crimes: ofensa à integridade física grave qualificada e violência doméstica.
O documento revela que o menino voltou a ser internado em outubro do ano passado, um mês após ter tido alta do primeiro internamento, devido a uma meningite aguda. Teve de ser submetido a duas operações neurocirúrgicas, tendo corrido perigo de vida, teve de ser entubado e ventilado mecanicamente.
O menino está entregue a uma instituição e os pais – a mãe, com 20 anos, e o pai, com 30 – estão proibidos de ter qualquer contacto com a vítima.
Este caso vai estar em análise neste episódio de “Justiça às Claras”, com comentários de Gil Carvalho, ex-diretor da Polícia Judiciária, e Rúben Rocha, diretor da Urgência Pediátrica do Hospital S. João, no Porto.