Um dos temas mais em foco nos últimos dias tem sido a segurança social ou se preferirmos as reformas e as pensões dos portugueses. Podemos compreendê-lo quer atendendo à relevância do assunto, quer sob o ponto de vista estritamente eleitoral face ao considerável número de eleitores que a matéria abrange e os candidatos querem conquistar. Sucede porém, que há uma questão muitas vezes esquecida quando o tema é abordado e essa questão traduz-se no seguinte: não há futuro para as reformas e para as pensões, se não houver futuro para quem ainda não depende dessas mesmas reformas e dessas mesmas pensões. Creio não ser necessário possuirmos grandes conhecimentos quanto a sistemas ou subsistemas de segurança social, para facilmente percebermos o que acabo de dizer. A solidariedade que é devida entre gerações, desde logo por razões éticas, deixará simplesmente de poder ser praticada se quem tem a incumbência de fazer descontos não os conseguir fazer, seja pelo facto de estar desempregado, seja pelo facto de não suportar mais a carga fiscal.
Resulta daqui, que o verdadeiro debate deveria estar centrado na estratégia do país para o futuro. E nessa estratégia o que nos importaria saber, pelo menos para mim, é o seguinte:
Estes são alguns exemplos, simples exemplos, do muito que poderia e deveria ser debatido pelos candidatos. Pena é por um lado que estas simples preocupações não preencham a sua agenda e, por outro, que muitos dos jornalistas que os entrevistam não possuam sensibilidade, e mesmo conhecimento, para sobre isto os interrogar.
Manuel Monteiro
Prof. da Universidade Lusíada do Norte e de Lisboa