O Porto Canal
Perto de si
A cidade de Viriato é mais do que os monumentos que respiram a nossa história. É também o legado arquitetónico e a memória. Os museus que pode visitar estão aqui apresentados e há ainda segredos que o convidamos a desvendar. Fica aqui uma breve introdução ao muito que pode visitar e descobrir em Viseu. Aventure-se a conhecer o nosso território imperdível!
No coração do imenso planalto de solo granítico protegido pelas serras da Estrela, Montemuro e Caramulo, a cidade de Viseu é reconhecidamente a capital de uma das mais singulares regiões vitivinícolas de Portugal – e mesmo da Europa, apresentando características que se assemelham a algumas das emblemáticas regiões francesas.
Cidade capital de vinhos elegantes e aristocráticos, alberga o belíssimo Solar dos Vinhos do Dão e espraia a sua matriz e influência pelas margens do rio que batiza esta região única e peculiar – uma região feita de vinhedos que rasgaram clareiras por entre pinhais para dar origem a vinhos extraordinários.
Viseu é simultaneamente o ponto de partida e de chegada para a degustação dos grandes vinhos do Dão. Porque só aqui pode sentir-se a atmosfera urbana de uma cidade especial em que se respira a proximidade afetiva dos vinhedos do Dão. E porque o afeto também faz parte do “terroir”, essa múltipla conjugação de clima, território, diferentes tipos de solo e simbiose das vinhas com o meio envolvente.
Por terras de Viseu, cidade milenar, capital histórica e natural das terras do Dão, descobre-se um “terroir” que nos remete para vinhos difíceis de encontrar noutras regiões portuguesas – vinhos com frescura, acidez, mineralidade e estrutura que se caracterizam pela sua elegância, por uma capacidade de envelhecimento invulgar e pelo potencial gastronómico necessário para se conseguirem harmonizações perfeitas.
Quando, no mundo inteiro, o vinho é cada vez mais indissociável do enoturismo, é difícil encontrar em Portugal melhor destino do que Viseu e as terras do Dão. Porque nenhuma outra região demarcada portuguesa tem a sua cidade emblemática assim paredes-meias com os vinhedos que lhe dão origem.
A atribuição do epíteto de Cidade-Jardim a Viseu não é de agora. Entre os anos 20 e 30 do século XX, diversos executivos municipais promoveram melhoramentos a nível dos espaços públicos da cidade. As autênticas manchas florestais constituídas pelo Parque do Fontelo e pela Cava de Viriato conjugavam-se com os diversos jardins (alguns de criação recente) e com o crescente número de árvores rodeando as novas artérias urbanas. Os guias turísticos dos anos 40 do século XX e os relatos dos viajantes que demandavam a cidade por essa altura já faziam eco dessa fama de cidade-jardim.
A consagração institucional desse epíteto está documentada desde 1935, através da promoção turística desenvolvida pela Comissão de Iniciativa e Turismo de Viseu, uma das dezenas de entidades similares criados pelo regime republicano, em 1921, para o desenvolvimento do turismo a nível local.
Responsável pelo surgimento dos primeiros cartazes turísticos da cidade em 1928, a referida Comissão, já sob a presidência de Almeida Moreira (diretor do Museu Grão Vasco e vereador responsável pelos jardins da cidade desde 1918), decidiu renovar a imagem turística da cidade com um novo concurso dirigido a artistas “para a apresentação de um cartaz de propaganda turística a Viseu”. A 17 de maio de 1935 foi aprovada por unanimidade a proposta de Manuel de Gouveia, artista do Porto: o cartaz representava o claustro renascentista da Sé, ostentando a legenda “Viseu: Cidade Jardim da Beira”.
Esse documento pouco conhecido, cuja preservação e disponibilização devemos à Biblioteca Nacional, atesta pois a valorização, há 80 anos, dos espaços ajardinados como qualificação da paisagem urbana e imagem de marca de Viseu.
Info: Câmara Municipal de Viseu