Comissão Europeia garante que Juncker não contactou Schauble

Comissão Europeia garante que Juncker não contactou Schauble
| Política
Porto Canal com Lusa

A Comissão Europeia garantiu hoje que o presidente da Comissão Europeia e o ministro alemão das Finanças não contactaram nos últimos dias como resposta às alegações de intervenções externas na decisão de anular multas a Portugal e a Espanha.

Na habitual conferência de imprensa diária, em Bruxelas, Mina Andreeva, porta-voz da Comissão, escusou-se avançar pormenores sobre a reunião de quarta-feira do colégio de comissários europeus, mas garantiu não ter havido contacto direto entre Jean-Claude Juncker e Wolfgang Schauble.

"O presidente Juncker não teve qualquer contacto com o ministro nos últimos dias", disse a porta-voz, em resposta a questões sobre alegados contactos do ministro das Finanças para defender a não aplicação de qualquer multa aos países ibéricos devido a violação das metas orçamentais.

A porta-voz garantiu ainda que a regra comunitária de que não deve haver intervenção na tomada de decisão da Comissão se continua a aplicar, até porque os comissários assumiram o cargo sob o compromisso de não representarem os seus países.

Mina Andreeva recordou que a recomendação da Comissão segue agora para o conselho de ministros europeus das Finanças (Ecofin), "que representam os seus países".

O Ecofin pode adotar, emendar ou rejeitar a recomendação feita pelos comissários, incluindo aumentar o valor da multa até 0,2% do Produto Interno Bruto, o que no caso de Portugal traduz cerca de 360 milhões de euros.

Na quarta-feira, a Comissão Europeia recomendou uma multa zero, adiou a decisão sobre o congelamento dos fundos estruturais e exigiu receber, a cada três meses, mais informação de Portugal.

O colégio de comissários presidido por Jean-Claude Juncker, reunido hoje em Bruxelas, decidiu avançar com esta solução para Portugal (e também para Espanha), depois de ter considerado, a 12 de julho, que os dois países não tomaram "medidas eficazes" para corrigir a situação de défice excessivo dentro do prazo estipulado (2015 no caso português).

Outra penalização decorrente do não encerramento do Procedimento dos Défices Excessivos (PDE) em 2015 é a suspensão automática de fundos estruturais alocados a Portugal a partir de janeiro de 2017. No entanto, o não acesso a estes fundos pode não ter efeitos práticos, uma vez que fica dependente de um diálogo estruturado entre a Comissão Europeia e o Parlamento Europeu.

Além disso, Portugal passará a enviar um relatório a Bruxelas a cada três meses com informação sobre a evolução da execução orçamental, as medidas que pretende adotar para corrigir a situação e o seu impacto orçamental. O primeiro relatório deverá ser enviado a 15 de janeiro.

+ notícias: Política

“Não há condições políticas” para regresso do Serviço Militar Obrigatório, garante ministro da Defesa

O ministro da Defesa Nacional admitiu que “hoje não há condições políticas” para voltar a impor o Serviço Militar Obrigatório (SMO), sugerindo que os jovens que optem pelas Forças Armadas tenham melhores condições de entrada na universidade ou função pública.

"Acabarei por ser inocentado", diz Galamba sobre caso Influencer

O ex-ministro das Infraestruturas, João Galamba, disse esta sexta-feira que acredita que vai ser inocentado no processo Influencer e discorda que a Procuradora-Geral da República, Lucília Gago, deva prestar esclarecimentos no Parlamento.

PSD: Montenegro eleito novo presidente com 73% dos votos

O social-democrata Luís Montenegro foi hoje eleito 19.º presidente do PSD com 73% dos votos, vencendo as eleições diretas a Jorge Moreira de Silva, que alcançou apenas 27%, segundo os resultados provisórios anunciados pelo partido.