PS apela ao fim das dramatizações e "do psicodrama" dos planos B de austeridade
Porto Canal com Lusa
O PS considerou hoje que o cancelamento da aplicação de multas a Portugal é uma "tripla derrota" para quem tentou explorar a questão das sanções e apelou ao fim do "psicodrama" sobre "planos B" de austeridade.
Estas posições foram assumidas pelo porta-voz socialista, João Galamba, após a Comissão Europeia ter decidido recomendar a suspensão da multa a Portugal no quadro do processo de sanções devido ao défice excessivo e de ter anunciado que, posteriormente, apresentará uma proposta sobre a suspensão de fundos.
"Penso que o resultado de hoje e os últimos meses [de execução orçamental] deveriam levar toda a gente a acabar com o psicodrama dos planos B. Percebo que haja pessoas que queiram insistir na manutenção de um clima de dramatização injustificada, mas essa talvez não seja a atitude mais prudente", declarou o membro do Secretariado Nacional do PS.
João Galamba defendeu depois que "os bons resultados orçamentais" alcançados até agora pelo executivo "são conhecidos", tal como que o Programa de Estabilidade que enquadrará o Orçamento do Estado para 2017.
"É com base nesses documentos e nesses compromissos que o Governo irá trabalhar. Talvez seja de abandonar definitivamente todas as histórias sobre planos B e medidas alternativas. Quem o fez tem saído sucessivamente derrotado - e esperemos que assim continue", acrescentou.
Perante os jornalistas, o porta-voz do PS considerou que a decisão de Bruxelas de cancelar a aplicação de multas a Portugal constituiu "uma boa notícia para o país e também para a Europa".
"A aplicação de sanções a Portugal e Espanha não tinha qualquer justificação e era contraproducente a vários níveis, tanto no campo orçamental e financeiro, como no campo político. As sanções não são propriamente um instrumento que melhorem as relações entre os cidadãos e as instituições europeias", comentou.
João Galamba afirmou em seguida estar perante "uma tripla derrota de alguns que tentaram oportunisticamente explorar o processo" de sanções contra Portugal, porque "ao contrário do sugerido, ficou demonstrado que o Governo português se bateu pela defesa do interesse nacional e que foi competente nessa defesa".
"Também ficou afastada a ideia de que esta situação de ameaça apenas existia por suposta falta de confiança das políticas do Governo e na sua maioria parlamentar [de esquerda]. Isso provou-se que não tem qualquer sustentação", salientou o dirigente socialista.
O porta-voz do PS elogiou depois a "atitude combativa" do executivo de António Costa "e a unidade entre todos os órgãos de soberania em defesa do interesse do país".
"Mostrou-se ainda que, no nosso relacionamento com a União Europeia, vale que a atitude de rejeitar a subserviência, inclusivamente com a ameaça de recurso ao Tribunal de Justiça da União Europeia caso houvesse sanções. Quem ganha com isso é o país", declarou.