PCP "presente" para reposição de direitos, em desacordo com qualquer inversão
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 22 jul (Lusa) - O secretário-geral do PCP declarou hoje que o seu partido "estará presente" para continuar a "reposição e conquista de direitos" no Orçamento do Estado de 2017 (OE2017) e "em desacordo" com "qualquer inversão".
"Tudo o que seja este caminho de prosseguir essa reposição e conquista de direitos, o PCP estará presente. Como compreenderão, qualquer inversão deste caminho, reversão, voltar para trás, como o PSD atualmente defende e propõe, naturalmente não estaremos de acordo", disse Jerónimo de Sousa. após audiência com o Presidente da República.
O Chefe de Estado está hoje a receber os partidos com assento parlamentar e ouvirá ainda os diversos parceiros sociais até quarta-feira para uma análise da situação política do país. Depois de PAN, PEV e PCP, Rebelo de Sousa reúne-se com representantes de CDS-PP, BE, PS e PSD.
"Consideramos que os problemas nacionais são graves. Precisam de resolução, tendo em conta o grau de destruição do anterior Governo que, durante os quatro anos de mandato, com o seu pacto de agressão, levou o país a uma situação dramática", começara por dizer o líder comunista.
Para Jerónimo de Sousa, "a nova situação política encontrada", com posições conjuntas entre PS, BE, PCP e PEV, "permitiu avanços significativos na reposição de direitos, rendimentos, defesa dos serviços públicos que, embora insuficiente e limitada, tem um grande significado num quadro tão difícil no plano económico e social".
O secretário-geral comunista classificou o próximo OE2017 como uma "prova importante", cujos "conteúdos o PCP estará disponível para examinar", embora "não se pronunciando nem 'sim' nem 'não' sobre uma coisa que não conhece", admitindo que já têm existido "contactos normais" com o Governo socialista sobre o assunto.
"Está a ser dada uma centralidade excessiva à questão do défice e fala-se menos desta linha que tem de prosseguir de reposição de direitos e rendimentos", lamentou ainda Jerónimo de Sousa, salientando a situação de reformados e pensionistas e condenando, novamente, as "chantagens e pressões da União Europeia".
Segundo o líder comunista, Portugal devia concentrar-se no investimento, crescimento económico e no aumento (real) dos salários, tanto na função pública e como no setor privado, pois "seria um mau caminho voltar a congelar ou cortar salários".
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