Vila Nova de Gaia, 17 out (Lusa) -- A CDU/Gaia prometeu hoje fazer uma oposição "ativa, responsável, vigilante e propositiva" na Assembleia Municipal local, adiantando que a primeira proposta que a apresentar é pedir uma auditoria às contas da autarquia.

Em conferência de imprensa, Jorge Sarabando, candidato da CDU à presidência da Câmara de Gaia que não foi eleito "por 250 votos", congratulou-se com os resultados da coligação alcançados nas eleições de 29 de setembro, afirmando que os três deputados municipais eleitos, bem como os 18 eleitos nas assembleias de freguesia, lutarão neste próximo mandato pela aplicação das 70 medidas do seu programa eleitoral.

"São pontos essenciais do programa: rigor nas contas, gestão moralizada, mais emprego e desenvolvimento, mais ação social, democracia de proximidade, mais cultura e desporto juvenil", disse.

A CDU elegeu em Gaia mais um deputado na Assembleia Municipal e mais sete nas assembleias de freguesia, tendo obtido para a Câmara 6,37% dos votos, "a 0,2% da eleição de um vereador".

Sarabando adiantou ainda que a CDU realizou já "acordos locais de gestão" com o PS nas uniões de freguesias de Mafamude/Vilar do Paraíso e de Santa Marinha/Afurada, que "permitirão defender melhor os interesses das populações em causa".

"Não é uma experiência única nem original, é uma prática corrente" no país e em centenas de autarquias, frisou.

Sobre a gestão autárquica dos últimos quatro mandatos, que foi liderada pelo social-democrata Luís Filipe Menezes, Sarabando criticou o "compadrio, muito consubstanciado nas empresas municipais, que foi censurado um pouco por todos" e que "contribuiu para o desastre financeiro", esperando que com o novo presidente da Câmara, o socialista Eduardo Vítor Rodrigues, "haja de facto outro vigor combativo relativamente aos interesses para Gaia".

A extensão do Metro do Porto até Vila D'Este, a gestão pública do Centro de Reabilitação do Norte e a construção de centros de saúde são algumas das reivindicações pelas quais o novo autarca deve lutar.

"Estaremos atentos, defendemos uma gestão transparente e moralizada", reafirmou, acrescentando que a população não verá "a CDU agora acantonada numa intervenção meramente autárquica".

Para a CDU/Gaia, a "prioridade das prioridades é, no atual momento, a luta contra o Governo e a sua política, que está a levar o país ao descalabro, a economia ao desastre, a pobreza às famílias, a tirar direitos aos trabalhadores e tanto mal tem trazido ao poder local democrático".

"A política local é inseparável da nacional", sustentou, apelando à participação na manifestação da CGTP, marcada para sábado, que partirá do jardim do Morro e desfilará depois até ao Porto, através da ponte do Infante".

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