Futuro da Sociedade de Reabilitação do Porto adiado para mandato de Rui Moreira

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Porto Canal

A Assembleia-Geral da Sociedade de Reabilitação Urbana do Porto (SRU) foi hoje adiada para dezembro a pedido do Estado, deixando o futuro da empresa nas mãos de um ex-administrador, o novo autarca portuense, Rui Moreira.

A informação foi revelada aos jornalistas pelo presidente da Câmara cessante, Rui Rio, que adiantou ter ficado sem resposta aos contactos feitos com o ministro Jorge Moreira da Silva (PSD), que agora tutela a pasta do Ordenamento do Território (antes nas mãos da ministra da Agricultura Assunção Cristas, do CDS), para solucionar o impasse em torno da empresa de capitais públicos.

Rui Moreira, o candidato independente eleito a 29 de setembro com o apoio do CDS, que toma posse como presidente da Câmara do Porto no dia 22, assumiu a presidência da Porto Vivo -- SRU em maio de 2011 e renunciou ao mandato no fim de 2012 em divergência com o Governo.

Detida em 60% pelo Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) e em 40% pela Câmara do Porto, a entidade que o Governo já anunciou querer abandonar está sem as contas de 2012 aprovadas, sem presidente desde dezembro, com a administração em funções desde 2011 e sem alteração de estatutos.

"Esta reunião foi igual às outras, não saíram conclusões nenhumas e voltou a ser adiada, o que considero lamentável. Compreendo posição do IHRU, que é acionista, mas a questão não está no IHRU, está no Governo", notou Rui Rio à saída da AG.

Rio explicou que o novo pedido de adiamento se deveu ao facto de ainda não ser conhecido o resultado da auditoria pedida em junho pela ministra das Finanças às contas de 2012 da empresa.

Apenas em relação à nomeação dos novos órgãos sociais o presidente da Câmara cessante concorda com o adiamento: "As contas deviam ter sido votadas, a apreciação da administração e do conselho fiscal podiam e deviam ter sido aprovados".

Para Rio, o mesmo podia ter acontecido com "o contrato-programa que definiria o financiamento da SRU", porque a sua posição e a de Rui Moreira, "é exatamente igual".

O autarca social-democrata acusou também o ministro Jorge Moreira da Silva de "não querer resolver" o impasse da SRU e considerou "absolutamente louco" que o Governo queira acabar com a empresa.

"Tentei, junto do ministro da tutela, que agora é Moreira da Silva, falar com ele para ver se dava um passo em frente e se resolvia aqui o problema. Ele não quis, não respondeu às chamadas, portanto naturalmente não quis resolver o problema", revelou.

Questionado sobre se este novo adiamento e a falta de resposta do Governo correspondem à aproximação do fim da empresa, o autarca foi perentório.

"Acho que não. Se a ideia é acabar com a SRU, então isso é uma coisa absolutamente louca, particularmente como a economia portuguesa está e com a performance que a SRU tem tido na dinamização da economia local e até nacional. Então aí os deuses estariam loucos", destacou.

A pasta do Ordenamento do Território esteve até julho nas mãos da ministra da Agricultura Assunção Cristas (CDS), que em junho, no Parlamento, reiterou a intenção do Governo de sair da Porto Vivo, alegando que o Estado "não deve ser duplamente financiador e acionista".

Rio insistiu hoje que a SRU "não tem problema nenhum" porque "o problema é pura e simplesmente inventado pelo Governo".

"O que está em causa é o Governo dispor de 1 milhão de euros por ano para garantir, juntamente com a Câmara, o funcionamento da SRU que tem alavancado largos milhões de euros de investimento privado", vincou.

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