O centro de ciência Visionarium, em Santa Maria da Feira, celebra no sábado 15 anos de atividade e quase 1,5 milhões de visitantes, anunciando novos projetos de divulgação científica que ajudem a manter essa estrutura como "uma referência".

Criado por iniciativa da Associação Empresarial de Portugal na envolvência do centro de congressos Europarque, o Visionarium nasceu em 1998 como o primeiro centro de ciência criado de raiz em Portugal e desenvolveu entretanto aquilo que o seu atual diretor descreve como "uma ação pioneira junto das instituições de ensino".

António Tavares da Costa considera assim que o grande mérito da instituição é ter-se afirmado como "uma referência nacional em matéria de ensino experimental das ciências". Atribui esse sucesso não apenas aos projetos educativos que o Visionarium vem desenvolvendo com a comunidade escolar, mas também à multiplicidade da oferta lúdica e pedagógica com que complementa os currículos do ensino oficial e com que atrai famílias e particulares a esse "local de eleição e visita obrigatória".

Realçando que o projeto arrancou com conteúdos de tal forma "interessantes, válidos e perenes, que 15 anos depois ainda continuam a fazer parte do acervo" da casa, o diretor do Visionarium sublinha, contudo, que "hoje os museus estão longe de serem somente espaços de preservação e conservação de um espólio de peças e conhecimentos".

Por esse motivo, defende que o futuro desse equipamento "passa naturalmente por continuar a ser um dos grandes polos de divulgação científica no país", mantendo a sua capacidade de "empreender um diálogo constante com os diferentes públicos que o frequentam e contribuindo, de forma eficaz, para a compreensão pública da ciência".

"Se o Visionarium quiser sobreviver com êxito, terá de saber adaptar-se aos novos tempos, aos novos desafios e os constrangimentos de que é alvo - e que não irão certamente desaparecer a breve trecho", garante à Lusa António Tavares da Costa.

"Terá de ajustar as suas equipas, formatos e atividade às necessidades do seu público, diversificando produtos, tornando mais interessante o leque de oferta e antecipando a procura", acrescenta.

António Tavares da Costa mostra-se consciente de que a divulgação científica "não estará no topo das prioridades das famílias", mas acredita que é precisamente "nestas alturas que se separa o trigo do joio".

"É importante que a sociedade promova a formação de indivíduos críticos, ativos e participativos", explica. "Acreditamos que o nosso público, como sabedor que é, reconhecerá o mérito da oferta do Visionarium, que não se reconduz apenas ao lucro imediato, mas sobretudo à importância da oferta que coloca ao dispor dos visitantes".

O funcionamento do centro de ciência de Santa Maria da Feira ficou marcado, ao longo de 15 anos, por 1,5 milhões de participantes em ações como visitas escolares, 'workshops', oficinas em pausas letivas, laboratórios, pernoitas científicas, saídas de campo e projetos pedagógicos em rede - para além da atividade regular da instituição, através da sua exposição permanente, dirigida ao público em geral.

No sábado, o aniversário é assinalado com sessões experimentais como temas como "Fóssil de Dinossauro", "Chupa-Chupas", "Plantas com Pinta" e "Tampa Voadora", ao que se acrescentam ainda contos infantis, brinquedos insufláveis, pinturas faciais e míni gaivotas no lago.