Relação do Porto absolveu GNR acusado de abandonar comandante a dormir numa patrulha

| Norte
Porto Canal / Agências

Chaves, 28 mai (Lusa) - O Tribunal da Relação do Porto absolveu um militar da GNR, agora destacado em Mirandela, por abandonar o comandante numa patrulha, que ficou a dormir no carro, quando exercia funções em Valpaços.

Em primeira instância, o militar da GNR, de 43 anos, foi condenado a dois meses de prisão, substituído por 60 dias de multa à taxa diária de sete euros, pelo crime de abandono de posto.

O tribunal entendeu que o militar "bem sabia" não poder abandonar a patrulha porque colocava em causa a prontidão operacional necessária ao patrulhamento.

O caso remonta à madrugada de 26 de março de 2009. O arguido estava escalado para o serviço de patrulha entre as 01:00 e as 09:00, pela cidade de Valpaços, e a chefiar estava, na qualidade de comandante, um cabo.

Cerca das 03:00, o comandante, superior hierárquico, pediu ao militar, que conduzia a viatura, para ir à central de camionagem e estacionar.

O comandante "deitou o banco e cerrou os olhos" e o arguido, depois de insistir para continuar a ronda, saiu do carro e foi até ao posto a pé dar conhecimento da situação e continuou o patrulhamento com outra viatura.

No recurso, o advogado do arguido, pedia a absolvição do militar porque a decisão penalizou quem cumpriu as suas obrigações, desculpabilizando quem não cumpriu e dormiu em serviço.

No acórdão a que a Lusa teve hoje acesso, o Tribunal da Relação do Porto decidiu absolver o arguido por considerar que a decisão pune quem não devia e, sem ser o seu desígnio, acaba por "premiar" a preguiça e o incumpridor.

"Mesmo admitindo que o seu posto era estar dentro de um automóvel fazendo companhia a um "descansador/dorminhoco" e não efetivamente a patrulhar, isto é, percorrer as ruas de Valpaços, afigura-se-me indiscutível que o comportamento do arguido está coberto por causas que excluem a ilicitude e a culpa", lê-se no documento.

O "abandono de posto" naquelas circunstâncias, segundo decisão da Relação, está justificado e é legítimo porque o militar saiu do carro para prosseguir com as suas obrigações.

Se permanecesse na viatura, considera o coletivo de juízes, tornar-se-ia inútil e não cumpriria os seus deveres.

"O seu "posto" não era o veículo, o seu posto era a patrulha", entende.

E, acrescenta, "em boa verdade, quem abandonou a patrulha foi o comandante no momento em que desistiu de percorrer a cidade e mandou estacionar o automóvel para nele dormir", refere.

SYF // JGJ

Lusa/Fim

+ notícias: Norte

Novos dados. Homem morre atropelado por autocarro num passeio em Braga

Um autocarro dos Transportes Urbanos de Braga (TUB) atropelou mortalmente um homem em Braga, confirmou ao Porto Canal fonte do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Cávado.

Vão nascer 30 novas casas de renda acessível no Marco de Canaveses

Marco de Canaveses vai construir 30 apartamentos de renda acessível, em Rio de Galinhas, casas que se vão juntar às 61 já em construção na sede do concelho, no âmbito da Estratégia Local de Habitação, segundo o município.

Carro consumido pelas chamas na A1 em Santa Maria da Feira

Um automóvel foi consumido pelas chamas na Autoestrada 1 no sentido Norte-Sul, ao quilómetro 276, em Santa Maria da Feira.