Associação afasta produtos certificados da marca associada ao botulismo

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Porto Canal com Lusa

Mirandela, Bragança, 28 set (Lusa) -- A Associação Comercial e Industrial de Mirandela (ACIM) emitiu hoje um comunicado a desvincular os produtos certificados transmontanos da marca comercial "Origem Transmontana" associada a três casos de botulismo em Portugal.

A associação, que é a gestora da Alheira de Mirandela, escolheu este meio para "clarificar que é necessário institucionalmente esclarecer os clientes, consumidores e todos os agentes económicos que 'Origem Transmontana' é apenas uma marca comercial e que não pode desvirtuar a qualidade, o rigor de produção e a confiança nos produtos do território de Trás-os-Montes".

Esta entidade sublinha que os produtos certificados transmontanos "são devidamente acompanhados pelas entidades certificadoras, cumprindo escrupulosamente com as normas de produção regulamentadas".

"O compromisso dos produtos de Trás-os-Montes com os consumidores é total e continuará a ser", conclui.

A posição da ACIM surge depois de uma reunião de emergência com os maiores produtores de alheira de Mirandela, que durante o dia de hoje viram encomendas canceladas e foram confrontados com dúvidas de consumidores e clientes.

Produtores ouvidos pela Lusa reclamaram medidas urgentes para esclarecer os consumidores, defendendo que "uma marca (comercial) não pode por em causa uma região.

A conhecida Alheira de Mirandela é um dos produtos com maior peso económico na região, representando um volume de negócios anual de cerca de 30 milhões de euros por ano, segundo dados oficiais.

Uma das principais produtoras, a empresa Alheiras Angelina, adiantou à Lusa que teve hoje bloqueadas encomendas equivalentes a uma semana de produção, entre seis e oito toneladas de enchidos, devido à associação das alheiras da marca "Origem Transmontana" aos casos de botulismo.

Um comunicado conjunto da Direção-Geral da Saúde, Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, Autoridade de Segurança Alimentar e Económica e Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge dava conta, no sábado, de que foram detetados este mês três casos de botulismo alimentar.

A origem destes casos de doença foi associada à ingestão de produtos alimentares fumados (alheiras), comercializados com a marca "Origem Transmontana" e, após investigação, as autoridades decidiram retirar de imediato do mercado os produtos à base de carne e os queijos da marca "Origem Transmontana".

Na nota de imprensa emitida é explicado que o botulismo alimentar é uma doença grave, de evolução aguda, com sintomas digestivos e neurológicos, resultante da ingestão de diversos tipos de alimentos, contendo toxinas formadas pelo Clostridium botulinum no próprio alimento.

A Lusa contactou o responsável da marca comercial envolvida na polémica do botulismo que não quis prestar declarações, adiantando, porém, que tem "estado em contacto permanente com as autoridades, a colaborar em tudo, e com clientes e produtores/fornecedores".

A empresa em causa foi criada para comercializar "o que de melhor se produz na região", desde fumeiro, compotas, queijos, comprados a produtores ou de produção própria e vendidos com a marca "Origem Transmontana".

HFI (RRA) // MSP

Lusa/fim

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