Congresso de Vilar de Perdizes é escola que não pode encerrar -- padre Fontes

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Porto Canal / Agências

Vilar de Perdizes, Montalegre, 08 set (Lusa) -- O Congresso de Medicina Popular de Vilar de Perdizes, em Montalegre, que termina hoje, é uma escola que não pode encerrar nunca, considerou à Lusa o seu mentor, padre António Fontes.

"O congresso é uma escola de sabedoria popular que não pode fechar porque é útil, rico e importante", frisou o sacerdote, de 73 anos.

Regra geral, disse, as escolas encerram porque não têm alunos, mas o congresso, que é uma escola da medicina popular, chás e ervas, tem de continuar aberto porque tem gente interessada, divulga o poder e importância das plantas e defende a natureza.

Criado por si em 1983, com o objetivo de divulgar a cultura e sabedoria do Barroso e dar a conhecer a medicina popular e os seus benefícios, o padre António Fontes compara o congresso à "escola da vida" onde o saber e a aprendizagem não se esgotam "nunca".

E, acrescentou, "podemos mesmo transformar Vilar de Perdizes na Rainha da Fitoterapia em Portugal, por isso, o congresso tem pernas para andar".

Cansado pela idade e pela doença de `Parkinson´, o pároco realçou que, este ano, contou com a colaboração da Associação de Defesa do Património de Vilar de Perdizes na organização do evento.

"O envolvimento das pessoas é sinal de que reconhecem ao congresso mérito e importância, pelo que não o querem deixar morrer", salientou.

As gentes desta aldeia de Trás-os-Montes, afirmou o padre, já têm noção que os quatro dias do congresso são os "mais importantes" do ano porque atraem gente e negócio.

"Ainda estão muito encostados a mim, mas, aos poucos, vão pondo a mão na massa", realçou.

Este ano, como forma de agradecer ao padre por ter tirado a aldeia do anonimato, a população de Vilar de Perdizes ofereceu-lhe um busto em granito.

O congresso, que conta 27 edições em 30 anos, tem, na opinião de Fontes, sucesso garantido devido à curiosidade e fascínio dos portugueses pelos temas do oculto e do místico, condenáveis pela igreja, ciência e poder.

As pessoas que vêm a Vilar de Perdizes, explicou, fazem-no à procura de respostas a problemas de saúde aos quais a ciência, por vezes, não apresenta soluções.

"Não é só a ciência que cura. A religião e a ervanária também curam se as pessoas tiverem crença", realçou.

Apesar da crise económica, a "alma" do congresso avançou que, este ano, o balanço é "extremamente positivo" com "mais expositores" do que o previsto e "imensos" visitantes.

Durante quatro dias, Vilar de Perdizes foi local de encontro de bruxos, cartomantes, videntes, astrólogos e exorcistas que ofereceram massagens, ervas para os males, licores afrodisíacos, fotografias da aura e sessões de hipnose regressiva.

Além disso, um misto de investigadores, especialistas de medicinas alternativas e doenças da mente e do espírito debateram temas como o exorcismo, tanatologia, reumatismo, ataques de pânico e novas plantas medicinais.

SYF // NS

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