Fluxo de refugiados na Europa é "problema global" e exige esforços conjuntos - MNE
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 09 set (Lusa) - O ministro dos Negócios Estrangeiros português considerou hoje a questão dos fluxos migratórios na Europa "um problema humanitário global", para o qual "é necessário o esforço conjunto" da comunidade internacional.
Rui Machete falava no colóquio "70 anos das Nações Unidas - 60 anos de Portugal nas Nações Unidas", organizado pelo Instituto Diplomático do Ministério dos Negócios Estrangeiros e pelo Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI) da Universidade Nova de Lisboa.
O chefe da diplomacia portuguesa afirmou que a União Europeia está perante "o maior desafio da atualidade (...) uma situação humanitária complexa, para a qual é necessário o esforço conjunto e empenhado de todos os atores internacionais relevantes".
"As responsabilidades devem ser assumidas pela UE - pela sua história, pelos valores humanos e de solidariedade que estão na base da sua construção -, mas este é um problema humanitário global, e a comunidade internacional deve ter uma palavra decisiva na resolução dos problemas que a todos dizem respeito", disse.
Machete considerou que esta situação constitui "uma oportunidade para ultrapassar alguns conflitos a nível internacional".
"Devemos procurar convergências" para "lidar melhor com as causas profundas deste fenómeno" dos fluxos migratórios, sublinhou o ministro, referindo-se ao conflito sírio, à situação na Líbia, no Iraque e "às atrocidades cometidas" pelo movimento extremista Estado Islâmico.
Para o ministro português, o mundo precisa "mais do que nunca" da Organização das Nações Unidas para "responder aos desafios e dificuldades" que levam dezenas de milhares de pessoas a abandonar os seus países.
Desde o início deste ano, 366.402 pessoas entraram no continente europeu via mar Mediterrâneo, segundo o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), e centenas de milhares chegaram à Áustria e à Alemanha.
"A ONU continua a ser uma organização em absoluto indispensável e estaríamos muito pior sem a sua existência", declarou Machete, destacando que "Portugal permanece empenhado em contribuir ativamente para os esforços das Nações Unidas".
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