Montalegre divulga história das minas de volfrâmio da Borralha

| Norte
Porto Canal / Agências
Montalegre, Vila Real, 08 jul (Lusa) -- O Centro Interpretativo das Minas da Borralha, que é inaugurado sábado, em Montalegre, insere-se num projeto de dois milhões de euros que visa recuperar e divulgar o património mineiro desta localidade onde chegaram a trabalhar 800 pessoas.

O presidente da Câmara de Montalegre, Orlando Alves, disse hoje à agência Lusa que a Borralha, onde existiam as minas que pertenciam a uma empresa francesa, foi uma terra de um "bulício enorme".

Por aqui viveram milhares de pessoas, 800 das quais alimentavam o trabalho mineiro 24 horas por dia.

Foi durante a Primeira Guerra Mundial que foi iniciada a extração de volfrâmio que cessou em 1986.

"A Borralha foi uma empresa mineira do topo nacional que, no período das guerras mundiais, abasteceu as frentes de batalha com material que vinha da transformação do volfrâmio", salientou o autarca.

Orlando Alves lembrou que, com o aparecimento do minério chinês, a venda do volfrâmio decaiu e que, desde o encerramento das minas que o município tem vindo a adquirir os espaços mais representativos da arqueologia mineira.

O projeto que envolve as Minas da Borralha ronda, segundo salientou, os "dois milhões de euros", comparticipados por fundos comunitários.

O objetivo é "divulgar a história" desta localidade mineira" e transformá-la num polo de atração turística e de desenvolvimento económico, social e cultural do concelho.

O centro interpretativo, que integra a rede do Ecomuseu do Barroso, inclui um núcleo museológico, que contém receção, auditório, balneários e algumas zonas de exposição.

Foi ainda recuperada a fundição, que Orlando Alves afirmou ser única na Europa devido à técnica usada que era "a do arco voltaico", bem como a casa dos compressores, e foi criado um arquivo onde está guardado um grande espólio documental relacionado com todas as atividades dirigidas pelas minas.

"Onde estão as folhas de pagamento dos funcionários, onde está todo o histórico dos milhares de trabalhadores que passaram por aquela empresa, as farpas trocadas com os políticos, as tentativas de anexação da freguesia de Salto ao concelho de Cabeceiras de Basto e que foi alvo de uma aprovação no senado português em 1915. Tudo isto é a história da Borralha", sustentou.

Após a falência da empresa francesa, o património da empresa foi vendido em hasta pública a um privado e o município adquiriu as casas que ofereceu a todos os residentes.

Entretanto, foi também recuperado o antigo cinema para um auditório, bem como a padaria e a "sua altíssima chaminé". No auge da Borralha, foi construído um colégio privado e aqui foram muitos os que se formaram na escola industrial.

"As suas oficinas elétrica e mecânica e a carpintaria foram também 'universidades' onde se fizeram milhares de técnicos que depois foram enriquecer o país", sublinhou.

Orlando Alves garantiu que o "projeto vai continuar". "O próximo passo será fazer uma incursão no interior da mina, colocando carris por onde os comboios passavam para ir buscar o minério", referiu.

A inauguração deste espaço é também uma forma de, segundo frisou,"honrar os familiares dos mineiros que ainda ali vivem".

PLI // MSP

Lusa/Fim

+ notícias: Norte

Novos dados. Homem morre atropelado por autocarro num passeio em Braga

Um autocarro dos Transportes Urbanos de Braga (TUB) atropelou mortalmente um homem em Braga, confirmou ao Porto Canal fonte do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Cávado.

Vão nascer 30 novas casas de renda acessível no Marco de Canaveses

Marco de Canaveses vai construir 30 apartamentos de renda acessível, em Rio de Galinhas, casas que se vão juntar às 61 já em construção na sede do concelho, no âmbito da Estratégia Local de Habitação, segundo o município.

Carro consumido pelas chamas na A1 em Santa Maria da Feira

Um automóvel foi consumido pelas chamas na Autoestrada 1 no sentido Norte-Sul, ao quilómetro 276, em Santa Maria da Feira.