Sabrosa, 21 ago (Lusa) -- A Câmara de Sabrosa inaugura sexta-feira o Polo Arqueológico de Garganta, um espaço para a divulgação do concelho que foi instalado na antiga escola primária depois de um investimento de 200 mil euros.

"Na prática é um espaço de leitura do território. O polo remete à visita dos locais de interesse arqueológico e patrimonial", afirmou à agência Lusa José Marques, presidente da autarquia.

O autarca referiu que, para a concretização deste projeto, foi aproveitada a escola do primeiro ciclo do ensino básico de Garganta, desativada há cerca de uma década.

Aqui, para além da referência aos aspetos históricos do concelho, como as antas, os castros, os vestígios romanos, o nascimento do navegador Fernão Magalhães ou a criação da Região Demarcada do Douro, é ainda lembrado o projeto-piloto de prevenção e combate ao analfabetismo.

José Marques salientou que esta escola acolheu, nos finais da década de 80, um programa que envolveu toda a comunidade local, desde as crianças aos adultos, em que eram os alunos a construir os próprios livros ao longo do ano letivo.

Eram ainda, de acordo com o presidente, desenvolvidos cursos orientados para a resolução dos problemas da população.

"Este projeto foi reconhecido a nível internacional. Faz parte dos relatórios da OCDE como um exemplo das melhores práticas de educação", acrescentou.

José Marques adiantou ainda que a o município quer desenvolver um estudo sobre o impacto que este programa teve nas pessoas.

"Foi a comunidade que criou as próprias aprendizagens e desenvolveu as suas autonomias. Por exemplo, a primeira vez que viu teatro foram eles mesmos a criar", salientou.

O polo arqueológico vai estar de portas abertas para as escolas e pretende ser um fator de atratividade turística a esta zona do concelho.

Trata-se de um projeto anunciado há alguns pelo autarca mas que foi arrastado "pela crise", "alterações à lei das finanças locais" e "limites de endividamento", pelo que, segundo o autarca, só agora foi possível concretizar.

Com um investimento de 200 mil euros, financiados com ajuda do programa PRODER, o espaço vai funcionar em articulação com outras estruturas culturais de Sabrosa, como o Espaço Miguel Torga.

José Marques referiu que se pretendia abrir este espaço, um projeto do arquiteto Souto Moura que quer homenagear o escritor transmontano, em setembro. No entanto, verificou-se um atraso relacionado com a exposição permanente.

O presidente não se quis comprometer com datas, mas adiantou que espera que esteja tudo resolvido em breve.

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