Cidadãos de Castelo de Paiva quer ver recuperada ponte centenária de Pedorido
Porto Canal / Agências
Castelo de Paiva, 19 ago (Lusa) -- Um grupo de cidadãos defendeu hoje que o estado degradado da Ponte de Pedorido, em Castelo de Paiva, é "um atentado ao património" e recordou "o trauma" da Ponte Hintze Ribeiro, no mesmo concelho.
Em comunicado enviado à Lusa, o Movimento de Defesa da Ponte Centenária de Pedorido lembrou que essa estrutura tem 120 anos e se encontra num "estado deplorável", o que já vinha motivando a preocupação da comunidade, mas o problema assume maior gravidade agora que "a câmara municipal acaba de autorizar a passagem duma conduta de saneamento" nessa via.
"Os paivenses ainda vivem traumatizados pela tragédia da Ponte Hintze Ribeiro", lê-se no documento. "Cabe-nos a responsabilidade de informar e assim prevenir para os perigos que o estado de conservação deste imóvel pode representar para todos os utentes que diariamente nele circulam", acrescentou o grupo.
Defendendo que os protestos da população "têm sido ignorados por parte dos autarcas municipais", o movimento estabeleceu três pontos que define como "prioridades urgentes" para defesa da Ponte de Pedorido.
Em primeiro lugar, exige obras de restauro e conservação na estrutura sobre o rio Arda. Em segundo, reclama que seja retirada do local a conduta de água que lá foi "colocada com cariz provisório" há vários anos.
Os membros do movimento acreditam que só a remoção do canal de águas permitirá "a fluidez do trânsito pedonal e rodoviário" sobre a ponte, devolvendo-lhe "a sua estética e dignidade".
O grupo de Pedorido e da região do Couto Mineiro reivindica ainda que seja "rejeitada a instalação na ponte da conduta da estação de tratamento de águas residuais cujas obras já se iniciaram".
Segundo o Movimento em Defesa da Ponte Centenária de Pedorido, essa via de comunicação teve a sua construção iniciada em 1893, sob a responsabilidade da Empresa Industrial Portuguesa, de Santo Amaro, em Lisboa.
Inicialmente, servia apenas de passagem ferroviária às locomotivas que laboravam nas Minas do Pejão, para transporte do carvão aí extraído. Mais tarde, devido à sua crescente utilidade, passou a ser utilizada também por veículos automóveis.
AYC // ROC
Lusa/Fim