Ramal da Lousã é "fundamental" para a região - Comunidade Intermunicipal
Porto Canal / Agências
Lousã, 26 mai (Lusa) -- O presidente da Comunidade Intermunicipal do Pinhal Interior Norte (CIm-PIN), João Marques, defendeu hoje a conclusão das obras do Ramal da Lousã, considerando a ferrovia "fundamental para o desenvolvimento" da região.
O autarca do PSD, presidente da Câmara Municipal de Pedrógão Grande, lamentou o facto de os trabalhos para instalar um metro ligeiro no Ramal da Lousã, iniciados em finais de 2009, terem sido suspensos algum tempo depois.
"Sobretudo Lousã e Miranda estão muito prejudicadas por se ter começado uma obra que não foi acabada, o que é surreal", disse João Marques à agência Lusa, 17 anos após a criação da empresa Metro Mondego (MM), com a participação dos municípios da Lousã, Miranda do Corvo e Coimbra.
Durante mais de 100 anos, desde 1906, as populações destes concelhos foram servidas pelo caminho-de-ferro, inicialmente projetado para seguir até Arganil, passando ainda pelo concelho de Góis, mas que terminou em Serpins, concelho da Lousã.
Na opinião do presidente da CIm-PIN, com sede na Lousã, "devia ter sido ajustado o investimento à disponibilidade financeira" do Estado.
Distinguindo a criação de uma rede urbana de metro, em Coimbra, da modernização do Ramal da Lousã, disse que, "com metro ou com linha eletrificada", esta ferrovia "é essencial à mobilidade" dos três concelhos e de localidades vizinhas.
As movimentações políticas para implantar um metro de superfície em Coimbra, que deveria estender-se a Serpins, acabando com a circulação de comboios convencionais e com o transporte de mercadorias na linha, intensificaram-se, em 1993, durante o último Governo de Cavaco Silva.
Na época, o presidente socialista da Câmara de Coimbra, Manuel Machado, que agora, 20 anos depois, volta a candidatar-se ao cargo, era um dos mais acérrimos defensores de um elétrico rápido, ou metro, que servisse a cidade e a ligasse a Miranda e Lousã.
O atual líder do Movimento Cívico de Lousã e Miranda do Corvo, Jaime Ramos, do PSD, que tinha acabado de sair do lugar de governador civil de Coimbra, destacava-se no apoio à construção de um túnel, na Baixa, para permitir a ida do comboio da Lousã à Estação Velha, perdida na década de 70.
Com Ferreira do Amaral no cargo de ministro das Obras Públicas, o diploma que consagrou a criação da Metro Mondego foi publicado em 1994.
Mas só dois anos depois, em 20 de maio de 1996, com João Cravinho, do PS, naquelas funções, foi fundada esta sociedade de capitais públicos.
A cerimónia de constituição da MM, que deveria lançar as obras do metro nos anos seguintes, foi presidida pelo secretário de Estado Consiglieri Pedroso.
Na ocasião, Manuel Machado disse que o empreendimento poderia "contribuir, de uma maneira eficaz, para a qualidade de vida" das populações.
Na primeira composição acionista, faziam parte da sociedade a CP, o Metropolitano de Lisboa e os municípios de Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã.
Poucos dias depois, o 101º aniversário de um ex-ferroviário, que tinha combatido na I Guerra Mundial, foi pretexto para a realização de uma viagem comemorativa de comboio a vapor no Ramal da Lousã, com a participação dos presidentes das três câmaras.
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