Pescador estreia barco a levar Senhora d'Agonia ao mar em Viana do Castelo

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Porto Canal / Agências

Viana do Castelo, 17 ago (Lusa) - Um dos mais recentes barcos de pesca de Viana do Castelo estreia-se na terça-feira a levar o andor da Senhora d'Agonia em procissão ao mar, naquele que é sempre um dos principais momentos da romaria.

Com o mestre Paulo Pacheco ao leme, o "Oceano Atlântico" vai desempenhar este ano uma das "tarefas" mais desejadas pelos pescadores de Viana do Castelo: levar a o andor da padroeira, no dia grande da Romaria d'Agonia, em procissão ao mar e ao rio.

"Tenho este barco há dois anos e será a primeira vez que ele leva o andor da padroeira. Já o levei com outros barcos e é sempre um dia muito especial, um momento indescritível", garante o pescador, que comanda uma tripulação de seis homens.

Com 14,5 metros de comprimento e construído em alumínio, o "Oceano Atlântico" é um dos mais recentes e modernos da frota do concelho e parte da doca de Viana na terça-feira, depois da 14:30, com o andor da Senhora d'Agonia e, previsivelmente, dezenas de pessoas a bordo.

Como é da tradição, esta procissão, que se realiza sempre a 20 de agosto - feriado municipal e dia da padroeira da romaria -, leva ainda ao mar e ao rio Lima os andores da Senhora de Monserrate, Senhora dos Mares e São Pedro, cada um transportado num barco de pesca próprio.

Nas margens, milhares de pessoas costumam concentrar-se para ver e saudar a procissão, envolvendo mais de uma centena de embarcações de pesca e de recreio.

No mar desde 1991, Paulo Pacheco tem apenas 37 anos e herdou a tradição do pai e do avô, mesmo que nem sempre a pesca renda o que deseja.

"O bichinho mordeu e, pronto, continuei na pesca. Mas este ano foi fraco, com muito mau tempo. Há uns anos melhores, outros piores. Atrás de um mau costuma vir um bom", desabafa.

Precisamente devido a estas dificuldades, o mestre Pacheco vai aproveitar o contacto "mais de perto" com a santa padroeira dos pescadores locais para pedir que a faina deste ano melhore.

"A ver se nos recompensa nos meses que faltam. A Senhora d'Agonia pode fazer um milagre e ajudar os pescadores, que também faz falta", atira.

Em mais de 20 anos de pescador, conta que já apanhou "alguns sustos" no mar, mas, como é da tradição, são rapidamente esquecidos. "O que é bom fica na memória, o que é mau passa e a vida continua", admite Paulo Pacheco.

A Romaria d'Agonia arrancou na sexta-feira, em Viana do Castelo e encerra na terça-feira com esta procissão ao mar e ao rio, que envolve mais de uma centena de embarcações.

Trata-se de um dos momentos mais emblemáticos da festa, mas também dos mais recentes, já que se realiza apenas desde 1968.

Já o culto em Viana do Castelo à padroeira dos pescadores tem a sua primeira referência escrita em 1744.

PYJ (ACYS) // JGJ

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