Festival de Paredes de Coura ainda é tubo de ensaio para novos artistas

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Porto Canal / Agências

Paredes de Coura, 14 ago (Lusa) - Na praia fluvial do Taboão faz-se equilibrismo em cordas suspensas sobre o rio Coura, enquanto outros saltam para a água ou a navegam em botes de borracha, sob olhares de quem se espraia ou de quem ainda trabalha.

A 21.ª edição do festival Paredes de Coura, a decorrer até dia 17, não prima especialmente por ter nomes de gabarito mundial em palcos, mas para quem os monta e dirige, como para quem lá atua, continua a valer pelas bandas e artistas em ascensão que lá se revelam.

É, todavia, quem assiste aos concertos que decide quem vinga no circuito ou acaba remetido a outro tipo de atuações. Para Bárbara, Pedro, Joana e Jorge, todos naturais do Porto, nenhum abaixo dos 19 anos, nenhum acima dos 21, o festival que visitam pela primeira vez "é conhecido por revelar grandes nomes".

"São nomes que só vão começar a ser conhecidos daqui a dois, três anos", dizem à Lusa, adiantando que fazem "o trabalho de casa", ou seja, pesquisar os nomes que veem em cartaz para depois os avaliar ao vivo. E revelam "alguma curiosidade por Alabama Shakes e Calexico", agendados, respetivamente, para hoje e para sábado.

Serafim Ribeiro, por outro lado, tem a seu cargo a direção do palco principal de Paredes de Coura há já oito anos consecutivos. Mal vê concertos - "apenas uma escapadinha para ver um ou outro bocado" - e começou a planear esta edição em novembro de 2012.

No arranque de um certame, que ao longo de 21 edições acolheu dezenas de bandas e artistas consagrados, o "stage manager" Serafim Ribeiro constata que muitas vezes são os "novatos" que levantam mais problemas.

"Lembro-me perfeitamente que a bandas que mais me tocaram foram os Nine Inch Nails e os The Cult, porque fizeram parte da minha adolescência e foi muito bom contactar com eles e perceber que eles não são as 'mega-stars' que muita gente pensa", lembra o diretor de palco.

"Este ano, vamos ter uma banda que é complicada", frisa Serafim Ribeiro, em referência aos The Knife, cabeças-de-cartaz do terceiro dia do festival.

"Têm um espetáculo que é bastante cénico. Não é um espetáculo que eu considere [ideal] para um festival, mas acho que toda a gente vai ficar surpreendida, porque tem muita luz, muito som e muitas coisas de teatro que não são bem de um espetáculo de rock", considera.

A poucas horas de atuar com os Sensible Soccers, na qualidade de teclista e executante de "algumas vocalizações", Manuel Justo diz à Lusa que o trabalho do diretor de palco, como de todos os que trabalham no 'back-stage' é "uma garantia de que vão ser tratados à lordes", ainda que sejam, "para já, pequenos".

"A primeira vez que vim a Paredes de Coura foi em 1999 com outro dos elementos da banda", recorda Manuel Justo. "Vimos Mogwai antes de Guano Apes, o que na altura nos pareceu não ter sentido", acrescenta.

"Vimo-los serem assobiados e, passados uns anos, serem ovacionados", salienta o músico, relevando a capacidade de lançamento de novos projetos musicais do festival de Paredes de Coura e almejando a uma performance "que dê frutos para continuar a caminhada" da própria banda, que assume influências de "música psicadélica americana, alemã, inglesa, angolana, escocesa e música minimal repetitiva".

A edição de 2013 do festival de Paredes de Coura prevê a atuação de diversos projetos musicais de renome ou mero potencial, desde Unknown Mortal Orchestra a Little Boots, passando por Hot Chip, Veronica Falls ou The Horrors, assim como Echo and the Bunnymen, Noiserv, Black Bombain, Belle and Sebastian, Justice ou Ducktails, até ao próximo sábado.

ACYS // JGJ

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