Vila Pouca de Aguiar, 09 ago (Lusa) -- Cerca de 190 beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) vão prestar serviço social em 26 instituições e autarquias do distrito de Vila Real, um dos primeiros do país a avançar com a medida.

O novo regime jurídico do RSI, publicado em outubro de 2012, estabelece que os beneficiários passem a prestar um trabalho útil à sociedade, o qual não deve exceder as 15 horas por semana, e pode ir desde atividades sociais, desportivas, recreativas e até de proteção da natureza.

De acordo com o Centro Distrital da Segurança Social de Vila Real, neste momento, são 193 as pessoas que vão ser recrutadas pelas 26 instituições, câmaras ou associações do distrito que aderiram à iniciativa.

Vila Real é um dos primeiros distritos do país a implementar esta medida.

E, na Santa Casa da Misericórdia de Vila Pouca de Aguiar já se trabalha. São três os beneficiários do RSI que estão ao serviço, mas o provedor, Domingos Dias, disse que a instituição apresentou candidatura para 10.

"A Misericórdia procura integrar essas pessoas e fazê-las sentir-se ativas, o que é o mais importante", salientou.

Domingos Dias referiu que se "procura sensibilizar estas pessoas, já que algumas delas, e sabe-se que esse é um dos problemas do país, se habituaram a auferir o RSI e estão naquele marasmo, naquela sonolência de receber o subsídio e não se sentem úteis".

Maria Fernanda Pereira e Áurea Leal estão a trabalhar há pouco mais de duas semanas da Santa Casa de Vila Pouca de Aguiar e garantiram que estão a gostar muito.

A receber o RSI há cerca de dois anos, Áurea tem agora de conciliar o trabalho com os dois filhos, mas salientou que "é preferível estar aqui a ocupar o tempo".

Maria Fernanda, que recebe 150 euros há cerca de um ano, explicou que está ajudar na cozinha, nas limpezas e em tudo mais que for preciso. "Agora ando aqui contente. É melhor estar aqui do que estar em casa", sublinhou.

Para a diretora técnica do Lar Nossa Senhora da Conceição, Carla Rodrigues, esta ajuda já jeito à Misericórdia.

"Esta altura é mais complicada por causa das férias e, inclusive, há também famílias que pedem para ficarmos com os idosos um dia ou dois. Acresce um pouco o trabalho e diminui a mão-de-obra. Portanto acaba sempre por ser útil", afirmou.

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