Sócrates reage a Passos Coelho e afirma que o primeiro-ministro está "próximo da miséria moral"

Porto Canal
José Sócrates acusou esta quarta-feira Pedro Passos Coelho de estar "próximo da miséria moral”, ao criticar o discurso do primeiro-ministro no encerramento das jornadas parlamentares do PSD.
A acusação do ex-primeiro-ministro por escrito no estabelecimento prisional de Évora, onde está detido desde Novembro por suspeita de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção, e entregue quarta-feira à TSF e ao Diário de Notícias pelos seus advogados.
"Pedro Passos Coelho não se limita a confirmar que não é um cidadão perfeito, antes revela o caráter dele e o quanto está próximo da miséria moral”, afirma Sócrates na carta, segundo avança a TSF.
Nesta terça-feira no Porto, nas jornadas parlamentares do PSD, o primeiro-ministro afirmou nunca ter usado o cargo para “enriquecer, para prestar favores ou para viver fora das suas possibilidades”.
Na carta de resposta, Sócrates classificou as declarações de Pedro Passos Coelho como um “momento desesperado face às acusações de incumprimento de obrigações contributivas”.
“Esta forma de fazer política diz tudo sobre quem a utiliza”, considerou também o ex-líder do PS na carta.
Sócrates acusou também Passos Coelho de ter feito um “cobarde ataque pessoal” e de usar o seu processo como arma de luta de política.
O ex-dirigente socialista sustentou que o primeiro-ministro tentou, com o discurso, condicionar o resultado das próximas eleições, considerando ter ficado demonstrado aos “olhos dos portugueses” que o processo que o envolve tem contornos políticos.
José Sócrates reafirmou que não enriqueceu, nem beneficiou ninguém, enquanto foi primeiro-ministro.
“Em vez de atirar lama para cima dos outros, faria melhor em explicar aos portugueses se ele próprio cumpriu ou não cumpriu a lei”, concluiu José Sócrates.