CDU denuncia encerramento do Museu do Carro Elétrico no Porto

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Porto Canal / Agências

Porto, 08 ago (Lusa) -- O candidato da CDU à Câmara do Porto, Pedro Carvalho, denunciou hoje o encerramento, desde dezembro, do Museu do Carro Elétrico e as paragens da linha 18 do elétrico pela ausência de guarda-freios suficientes para assegurar o regular serviço.

Pedro Carvalho fez estas denúncias durante uma conferência de imprensa, onde apresentou um conjunto de propostas para "reafirmar o elétrico como um dos transportes prioritários do Porto", tendo estado acompanhado por Ricardo Cunha, da Comissão de Trabalhadores da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP).

"Neste momento, a linha 18 do elétrico, pela não existência de guarda-freios, acaba por estar parada e o Museu do Carro Elétrico está fechado desde dezembro", disse Pedro Carvalho.

De acordo com o candidato da CDU, o grande objetivo destas ações passará no futuro, possivelmente, pela privatização destas linhas, "retirando todos os ónus e sendo apenas para aproveitamento turístico", o que na sua opinião "seria um crime".

Ricardo Cunha explicou que pela "especificidade de ser guarda-freio" é necessária "uma carta especial" e disse que as últimas foram tiradas "há cerca de três anos por dois guarda-freios".

"Os guarda-freios efetivos na STCP não chegam para o serviço regular. A linha 18 está praticamente a ser aniquilada, a morrer porque não há fiabilidade do serviço. Quando não há guarda-freios, suprime-se a linha 18", denunciou o trabalhador.

A Comissão de Trabalhadores já tentou "pedir a intervenção governamental" por considerar "um crime cultural e público deixar morrer o património da cidade e da STCP".

"Aquilo que nos dizem é que a rede de elétricos e o Museu do Carro Elétrico são um ato benevolente da STCP porque não é o mercado que a STCP quer conquistar", lamentou.

Por isso, para sábado à tarde está marcada uma manifestação à porta do Museu do Carro Elétrico, rejeitando os trabalhadores a ideia de que o projeto para este museu é megalómano e por isso o Porto não o pode admitir.

Pedro Carvalho salientou ainda a "questão simbólica" inerente a este ato pela aposta no carro elétrico, recordando que um dos primeiros atos enquanto membro da assembleia municipal foi a apresentação, a 20 de setembro de 2010, de uma proposta de resolução em defesa da rede de elétricos do Porto, que na altura foi aprovada com a abstenção do PSD e do CDS.

Entre as vantagens de reafirmar o elétrico "como um dos transportes prioritários do Porto", o candidato sublinhou o facto de ser compatível com a circulação rodoviária, de ser meio de transporte não poluente e se poder reduzir custos energéticos e de combustíveis.

"E tem uma vantagem hoje imprescindível: é que não era necessário hoje fazer grandes investimentos, ou seja, já existem os elétricos -- nós temos cerca de 30 elétricos que podiam estar a ser usados com ligeiras adaptações - e a extensão da linha não tem assim um grande investimento se algumas das requalificações que estão a ser feitas tivessem a pensar nisso", explicou.

A CDU quer ainda articular a cobertura do metro e do autocarro também com o elétrico, gerando uma interoperacionalidade entre todos os tipos de transporte.

"Defendemos o cumprimento daquilo que está no PDM [Plano Diretor Municipal], nomeadamente a extensão da linha 1 até ao Castelo do Queijo e podendo mesmo ligar a Matosinhos Sul, fazendo ainda a ligação à zona de Gondomar", adiantou.

Para além de Pedro Carvalho, estão na corrida à sucessão de Rui Rio, os candidatos Luís Filipe Menezes (PSD), Manuel Pizarro (PS), Rui Moreira e Nuno Cardoso (independentes), José Soeiro (BE), Costa Pereira (PTP) e José Carlos Santos (PCTP/MRPP).

JF // JGJ

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