Colunista do Charlie Hebdo diz que jornal sairá na próxima semana
Porto Canal
Um colunista do Charlie Hebdo, Patrick Pelloux, afirmou hoje que o jornal satírico será publicado na próxima semana, depois de um ataque terrorista na quarta-feira ter matado oito dos seus jornalistas e desenhadores.
"Vamos continuar, decidimos sair na próxima semana. Estamos todos de acordo", indicou Pelloux à agência France Presse, adiantando que a equipa do jornal se deve reunir em breve.
Pelloux, que é também médico de emergências, disse que os escritórios do semanário não estão acessíveis devido à investigação policial, mas assegurou: "Vamos trabalhar em casa, vamos arranjar-nos".
"É muito duro, estamos todos com a nossa pena, a nossa dor, os nossos medos, mas vamos fazê-lo porque não é a estupidez que vai ganhar. Charb (diretor da publicação, morto na quarta-feira no atentado) dizia sempre que o jornal deveria sair custasse o que custasse", disse ainda.
Doze pessoas, entre as quais cinco dos principais caricaturistas do Charlie Hebdo (Charb, Wolinski, Cabu, Tignous e Honoré) e o economista Bernard Maris, foram mortas na quarta-feira no ataque aos escritórios do jornal, no centro de Paris.
O atentado, o mais mortífero dos últimos 50 anos em França, provocou uma vaga de emoção e de solidariedade, nomeadamente nos media que já propuseram ajuda ao Charlie Hebdo.
Em 2011, quando os escritórios do semanário foram incendiados, presumivelmente em represália pela publicação de caricaturas do profeta Maomé, o diário Libération acolheu a redação do jornal satírico.
Fortemente afetado pelo ataque, o Charlie Hebdo já estava ameaçado de falência: deficitário, vende em média cerca de 30.000 exemplares e lançou recentemente um apelo para doações contra o seu desaparecimento.