Imprensa britânica manifesta apoio a jornalistas franceses

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Porto Canal / Agências

Londres, 08 jan (Lusa) - A imprensa britânica manifestou hoje o seu apoio aos jornalistas franceses depois do atentado contra o jornal satírico Charlie Hebdo e lançou apelos para que não abandonem o espírito provocatório.

O Daily Mail e o Daily Telegraph publicaram nas primeiras páginas a frase "A guerra contra a liberdade", com uma foto do atentado que mostra dois agressores a apontar armas contra um polícia.

Na mesma linha, o Times escreve "Ataque contra a liberdade" e o Guardian "Assalto contra a democracia".

O Guardian defende o jornal francês, afirmando que há algo "tipicamente francês na forma ofensiva com que Charlie Hebdo se divertia".

O Financial Times, que começou por ser crítico do Charlie Hebdo, tendo mesmo afirmado no passado que o jornal tinha uma atitude provocatória "estúpida" e "insensível", defende hoje no seu editorial que os jornalistas devem poder exprimir a sua opinião, independentemente de quem possa sair ofendido.

"O Charlie Hebdo é seguramente uma publicação muito diferente da nossa, mas a coragem dos seus jornalistas - e o direito de serem publicados - não pode ser colocado em causa. Uma imprensa livre não serve de nada se os seus atores não se sentirem livres para falar", escreve o financeiro.

Três homens vestidos de preto, encapuzados e armados atacaram na manhã de quarta-feira a sede do Charlie Hebdo, no centro de Paris, provocando 12 mortos (10 vítimas mortais entre jornalistas e cartoonistas e dois polícias) e 11 feridos, quatro dos quais em estado grave.

Os autores -- identificados como sendo os irmãos Said Kouachi e Cherif Kouachi, de 32 e 34 anos, e Hamyd Mourad, de 18 anos, gritaram "Allah Akbar" (Alá é Grande) e "afirmaram pretender vingar o profeta" Maomé.

Entre as vítimas do ataque estão os cartoonistas Stéphane "Charb" Charbonnier, 47 anos e diretor da publicação, Jean "Cabu" Cabut, 76 anos, Georges Wolinksi, 80 anos, e Verlhac "Tignous" Bernard, 58 anos.

Criado em 1992 pelo escritor e jornalista François Cavanna, o semanário Charlie Hebdo tornou-se conhecido em 2006 quando decidiu voltar a publicar 'cartoons' do profeta Maomé, inicialmente publicados no diário dinamarquês Jyllands-Posten e que provocaram forte polémica em vários países muçulmanos.

ISG (PL/SBR/JGS) // JCS

Lusa/fim

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