Sócrates diz que prisão preventiva foi para o "aterrorizar e calar"

Sócrates diz que prisão preventiva foi para o "aterrorizar e calar"
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Porto Canal

O ex-primeiro-ministro José Sócrates considerou hoje que a prisão preventiva a que está sujeito desde 25 de novembro, em Évora, foi "utilizada para aterrorizar, para despersonalizar e para calar".

O ex-primeiro-ministro, que aceitou responder por escritos a seis perguntas da TVI, alegando "legítima defesa pela violação do segredo de justiça", afirmou que, a medida restritiva da liberdade, foi tomada para o calar.

"Sei que quiseram inibir-me de falar", acentuou, acrescentando que a prisão preventiva é "uma infâmia".

"A prisão substitui-se ao processo, à investigação, aos indícios, às provas, ao contraditório", escreveu José Sócrates, depois de o seu advogado, João Araújo, ter sido portador das seis questões.

Sobre o indício de corrupção, crime que lhe é imputado juntamente com o de branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada, Sócrates classificou-o como o "mais ignominioso" e negou que tenha praticado qualquer ilícito.

"Os factos não têm conexão com crimes", referiu.

Garantindo que não sabia que estava a ser investigado, José Sócrates salientou que "não há nem podem existir indícios ou provas" e vincou que o processo judicial tem "contornos políticos".

Em resposta a uma das perguntas, Sócrates referiu que "o dinheiro" da conta de Carlos Santos Silva, amigo de longa duração também arguido neste processo, resulta de um empréstimo.

"Pedir dinheiro emprestado não é crime em lado nenhum", disse, negando as alegadas entregas de dinheiro em Paris, designadamente a viagem do seu motorista, João Perna, também arguido no processo.

José Sócrates está detido preventivamente, desde 25 de novembro, no Estabelecimento Prisional de Évora.

O ex-primeiro-ministro foi detido a 21 do mesmo mês, no aeroporto de Lisboa, quando chegou a Lisboa, proveniente de Paris.

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