Douro dá pedras de xisto e cepas que artesã aproveita para criar peças de arte
Porto Canal / Agências
Santa Marta de Penaguião, Vila Real, 15 dez (Lusa) -- Nos socalcos durienses, Natalie Monteiro descobriu a matéria-prima, como pedras de xisto, vides e cepas, que agora usa para criar diversas peças de arte que permitem que os turistas levem "no bolso" um pouco do Douro.
Natalie Monteiro, 32 anos e residente em Santa Marta de Penaguião, distrito de Vila Real, estava desempregada quando encontrou na natureza a inspiração parar criar.
Começou por dar alguns passeios pelos caminhos que a levaram à vinha e foi aí que as pedras de xisto lhe chamaram à atenção.
"Comecei a pegar nelas, a trazê-las para casa e a construir as peças", afirma à agência Lusa.
Aos poucos foi pintando as pedras, fazendo crachás para pôr ao peito, ímanes para os frigoríficos, suportes de canetas, relógios. Depois, foi juntando as vides e as cepas das videiras, já cortadas, criando candeeiros ou jarras.
O outono trouxe-lhe o colorido das folhas e os ouriços dos castanheiros que está também a usar para fazer algumas peças decorativas. E, a poucos dias do Natal, Natalie trabalha agora em enfeites para esta quadra.
"Quero aproveitar todos os recursos que há na região do Douro, que é onde eu cresci e onde vivo. Quero aproveitar ao máximo os recursos que aqui existem, aproveitar ao máximo o que o Douro nos dá", salienta.
E é um pouco desse Douro que a artesã quer que os visitantes levem para as suas casas.
"Ao comprarem estas peças podem levar um pouco do Douro no bolso", frisa.
Ao artesanato junta ainda a paixão pela fotografia e é com as imagens que capta nesta região que cobre os blocos de notas que foi desenvolvendo.
Natalie Monteiro é formada em Informática de Gestão e Teatro e Artes Performativas e o artesanato surgiu na sua vida numa altura em que ficou desempregada.
"Fui fazendo e mostrando aos meus amigos e foi crescendo. Comecei a perceber que se podia tornar numa área de trabalho e na qual eu me sentia realizada", salienta.
Criou a SentArte, a marca com que vende as peças, preparando agora a abertura de um ateliê na cidade de Peso da Régua, onde vai trabalhar e ter à venda a sua arte.
O objetivo é divulgar o Douro, mas também tornar a atividade rentável. "Por isso é que preciso do ateliê, porque há pedidos e preciso de fazer essa produção para poder dinamizar o negócio. Quero trabalhar a tempo inteiro nisto", afirmou.
Para já, Natalie usa as redes sociais para divulgar o seu trabalho e vai participando em feiras e eventos.
No verão marcou presença no evento desportivo Réccua Douro Ultra Trail, fazendo os troféus de cepas que a organização ofereceu aos premiados, um evento que diz que lhe trouxe "mais visibilidade".
"A natureza e o Douro fizeram-me sentir esta vontade. Desde sempre senti que era mais alguma coisa que eu queria e precisava para poder utilizar a minha criatividade. Foi sempre essa a minha necessidade", frisou.
Para este Natal, a artesã firmou uma parceria com a empresa Miminhos do Paraíso, também de Santa Marta de Penaguião, para fazer cabazes que juntam as suas peças aos sabores do Douro, através de compotas, fruta desidratada ou biscoitos.
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