Paisagem do Alvão "desfigurada" com linha eléctrica, denuncia Quercus

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Porto Canal / Agências

Vila Real, 24 jul (Lusa) -- A associação ambientalista Quercus denunciou hoje um novo "desfiguramento" no Parque Natural do Alvão (PNA), em Vila Real, com a instalação de uma linha de transporte de energia e sugeriu o enterramento desta linha.

De acordo com os ambientalistas, a nova linha elétrica, que foi implementada em Lamas de Olo, Arnal e Galegos da Serra representa um "atentado aos valores naturais e culturais da área classificada", afetando vegetação autóctone, turfeiras e lameiros que consideram serem a "matriz da paisagem do PNA".

"Ao nível da paisagem deve a todo o custo evitar-se criar elementos dissonantes. Deste modo as cores, formas e escala das construções envolventes, bem como os aspetos do relevo, terão de ser levadas em conta na elaboração e aprovação de qualquer projeto", salientou a associação, em comunicado.

A Quercus considerou ainda que se trata de uma "clara violação da legislação em vigor" porque o Plano de Ordenamento do PNA "não considera a instalação de qualquer linha elétrica nestas áreas de intervenção específicas".

Em áreas classificadas, a instalação de novas linhas de áreas de transporte de energia fora dos perímetros urbanos depende de parecer favorável do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).

Contactada pela Lusa, fonte do ICNF explicou que se tratou da substituição de um equipamento que já existia e que segue, na maior parte do seu traçado, junto a um caminho.

"Foram avaliadas alternativas ao traçado, mas todas eram mais impactantes, por aumentarem consideravelmente a extensão da linha, sem vantagem clara para a conservação dos valores naturais e biodiversidade", referiu ainda a fonte.

O INCF salientou que deu parecer positivo com condicionantes ao projeto, impondo um conjunto de medidas minimizadoras de impactos direcionadas para a conservação de património natural (relativas à avifauna) que permitem manter a conservação dos valores.

A Quercus sugeriu ainda que seja avaliada a alternativa do enterramento da linha junto às estradas já existentes nesta área protegida.

"O balanço entre o enterramento da linha e o muito menor esforço de manutenção para as linhas aéreas, juntamente com a imposição de um conjunto de condicionantes, não justificava a imposição dessa opção", sublinhou, por sua vez, o ICNF.

As situações em que o ICNF tem optado por impor o enterramento de linhas prendem-se com a presença de valores em determinados locais muito específicos e nos quais se considera que, efetivamente, a linha tem um impacte muito significativo, não passível de minimização ou compensação.

Os ambientalistas lembraram ainda o alerta lançado há uns tempos contra a construção de uma estrada no PNA, que irá ter "efeitos negativos" no lobo ibérico e da borboleta azul.

PLI // JGJ

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