Foz do Sousa, Gondomar, contra preço "exorbitante" do saneamento

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Porto Canal / Agências

Gondomar, Porto, 24 nov (Lusa) - Uma comissão de moradores da Foz do Sousa, concelho de Gondomar, entregou hoje na câmara local, um abaixo-assinado em que repudia a "exorbitante" tarifa de saneamento que está a ser exigida pela empresa municipal de águas.

Em causa estão cartas que a Águas de Gondomar (AdG) está a remeter para os residentes dos lugares da Sousa, Jancido e Compostela, todos da União de Freguesias de Foz do Sousa e Covelo, a exigir o pagamento da ligação de saneamento à rede pública. Os valores exigidos situam-se entre os 1.700 e 2.800 euros.

Hoje, após a entrega de um abaixo-assinado com cerca de 620 assinaturas, uma representante dessa comissão, Ermelinda Ferreira, avançou à agência Lusa que na terça-feira a "indignação da Foz do Sousa" chegará à Assembleia Municipal agendada para as 21:30 na Biblioteca Municipal de Gondomar, distrito do Porto.

"O objetivo é negociar os preços com a AdG. Quando as cartas começaram a chegar, houve os que foram a correr pagar com medo, os que estão espera para ver no que dá e outros que não podem mesmo pagar estes valores astronómicos", descreveu.

A 02 de outubro, o presidente da câmara de Gondomar, Marco Martins, explicou à Lusa que, não podendo intervir no processo por se tratar de uma concessão, estava a negociar com a AdG o pagamento em prestações.

Na última sexta-feira, a autarquia de Gondomar - que tinha chegado a acordo para o pagamento em 48 vezes - conseguiu alargar para "72 sem juros", conforme confirmou hoje o autarca socialista.

Mas esta modalidade não convence os moradores da Foz do Sousa: "Queremos pagar em prestações, mas preços mais reduzidos. Quer seja em prestações, quer seja a pronto, estes preços são incomportáveis", considerou Ermelinda Ferreira, cuja fatura recebida em casa é de 1.735 euros.

"E é das mais baratas", alertou, acrescentando que a população teme que em breve esta situação se arraste a lugares como Zebreiros, Esposade e Covelo, da mesma União de Freguesias.

Há cerca de seis anos, um episódio semelhante ocorreu em São Pedro da Cova, outra freguesia de Gondomar, concelho do distrito do Porto, e na altura foram cerca de 400 as ações judiciais intentadas pelos moradores contra a AdG. "Infelizmente para os moradores, a empresa ganhou todas. Isto resulta de maus negócios feitos no passado que protegiam os privados e prejudicavam o erário público", resumiu Marco Martins.

O presidente da câmara diz perceber a população, mas recorda que o contrato de concessão foi celebrado em 2002, tendo um prazo de 30 anos, dos quais só se passaram 12.

"A empresa está salvaguardada. Não temos forma legal de mexer nisto", concluiu, acrescentando que a autarquia abriu um posto de atendimento das AdG na Foz do Sousa para "facilitar a tramitação" e para "obtenção de esclarecimentos".

Já a comissão de moradores além do abaixo-assinado e da presença anunciada para terça-feira na sessão municipal, avançou com cartas para o Provedor da Justiça e para a própria AdG, prometendo passar fazê-las chegar aos Grupos Parlamentares na Assembleia da República, à Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos (ERSAR) e ao Ministério do Ambiente.

"Esta documentação é uma forma de lutar e de manter a população informada", descreveu Ermelinda Ferreira.

Também a CDU de Gondomar, numa intervenção pública em reunião de câmara no início de outubro e em comunicado remetido às redações, manifestou "solidariedade" com a população da Foz do Sousa.

A Lusa contactou via telefone a empresa AdG mas não obteve qualquer resposta em tempo útil.

PYT // JGJ

Lusa/fim

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