Agência Espacial testa em órbitra circuito de telecomunicações criado em Aveiro

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Porto Canal / Agências

Aveiro, 24 jul (Lusa) - A Agência Espacial Europeia (ESA) vai levar para o espaço nitreto de gálio, num circuito eletrónico criado pela Universidade de Aveiro (UA), que pode revolucionar o mundo das telecomunicações via satélite, anunciou hoje fonte académica.

O circuito eletrónico da UA está colocado no satélite de telecomunicações Alphasat que vai "apanhar boleia para a órbitra terrestre do Ariane 5", sendo lançado para o espaço na quinta-feira, pelas 20:00, a partir da base de Kourou, na Guiana Francesa.

O consórcio europeu para a exploração espacial vai testar se os transistores, do tamanho da ponta de um dedo polegar, feitos com aquele material e inseridos num circuito eletrónico desenvolvido pelo Instituto de Telecomunicações (IT) da Universidade de Aveiro, são imunes à radiação cósmica.

A agência vai igualmente verificar se, ao longo dos anos, os transístores mantêm a energia necessária para substituir os grandes e pesados amplificadores de potência, hoje em dia utilizados pelos satélites para transmitirem sinais para terra.

"A pequena placa eletrónica que projetámos tem quatro osciladores que vão verificar, durante o período de permanência no espaço, se o transístor de nitreto de gálio que lá está incorporado vai ter variações de potência e se aguenta a nociva radiação cósmica", explica Nuno Borges Carvalho, investigador do IT.

O coordenador da equipa que desde 2008 prepara a experiência espacial da ESA com nitreto de gálio, diz que, face aos testes realizados em laboratório, "tudo indica que aquele semicondutor tem mesmo condições para substituir a atual tecnologia utilizada pelos satélites, para enviar informações" para a Terra.

"Os satélites hoje em dia utilizam amplificadores de potência constituídos por válvulas que, para além de terem um peso muito grande, têm um consumo muito elevado de energia e ocupam muito espaço", explica o docente do Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática (DETI) que, na concepção do circuito da UA, contou com a colaboração dos investigadores Hugo Mostardinha e Pedro Cabral.

Nuno Borges Carvalho calcula que, caso os testes no espaço sejam satisfatórios, os novos transistores "podem provocar uma revolução no mundo das telecomunicações já que, face à diminuição do consumo energético dos satélites de telecomunicações, os serviços por eles prestados podem diminuir drasticamente de preço ".

O investigador indica que, nesse sentido, "há um plano da ESA para fazer uma grande rede de telecomunicações via satélite em que se pode utilizar um telemóvel normal e usar o segmento espacial" para comunicar.

"Se conseguirmos baixar muito o custo do preço da comunicação pode-se disponibilizar serviços de comunicações, quer de dados, quer de áudio, a um preço muito mais baixo", antevê Nuno Borges Carvalho.

Falar ao telemóvel ou navegar na internet com tarifas dez vezes mais baixas que as atuais, estão entre as mudanças que podem surgir com a tecnologia proporcionada pelo nitreto de gálio.

O nitreto de gálio é um semicondutor que diminui o tamanho e a massa dos dispositivos, aumentando a eficiência, além de diminuir o impacte ambiental.

MSO // JGJ

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