UGT adverte que se Governo acolher recomendações da OCDE dará "machadada de morte" no diálogo social
Porto Canal / Agências
Lisboa, 29 out (Lusa) - O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, advertiu hoje o primeiro-ministro que o "diálogo social" sofreria uma "machadada de morte" caso o Governo acolha algumas das recomendações da OCDE relativas às relações laborais.
"Podemos defender este mundo e o outro, mas senhor primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, acontecesse o Governo a que o senhor preside aceitar algumas das recomendações da OCDE, isso seria um retrocesso nos direitos dos trabalhadores e uma machadada de morte no diálogo social, ou seja, no vínculo que desejamos enfatizar aqui como peça fundamental na manutenção da paz e estabilidade sociais", declarou.
Carlos Silva discursava no encerramento do seminário "Diálogo Social pela Educação e Formação - estratégias de intervenção e concertação para o desenvolvimento e o emprego", por ocasião do 36.º aniversário da UGT, em Lisboa.
Dirigindo-se ao primeiro-ministro, que assistiu ao encerramento do seminário, Carlos Silva disse acreditar que as sugestões da OCDE relativas às relações laborais, como a "destruição da contratação coletiva, o fim das portarias de extensão, a discussão salarial ao nível de empresa, não serão acolhidas pelo Governo português".
Carlos Silva acentuou que a UGT pode discordar do Governo em muitas matérias, reivindicar um "alívio fiscal" já em 2015 e defender que a redução da despesa do Estado não pode passar "por cortes cegos" mas impôs como condição para a continuação da sua participação no diálogo social a rejeição de qualquer iniciativa para acolher as recomendações da OCDE.
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