Alemães com proposta de 20 milhões de euros por Atlântida mas venda será em concurso público

Alemães com proposta de 20 milhões de euros por Atlântida mas venda será em concurso público
| Norte
Porto Canal

Os alemães do grupo MPC são um dos grupos interessados no 'ferryboat' Atlântida, construído nos estaleiros de Viana do Castelo, tendo avançado com uma proposta de compra do navio, confirmou hoje fonte do Ministério da Defesa Nacional (MDN).

Contactada pela agência Lusa, a fonte do MDN esclareceu que a proposta deu entrada no final de junho na Empordef, holding pública que tutela os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), e que previa a assinatura de um memorando de entendimento para a aquisição do navio por 20 milhões de euros. Ou seja, menos 9 milhões do que a última avaliação.

Tal como "outras manifestações de interesse" pelo navio, esta proposta - explicou ainda a fonte - não foi aceite por, além de ficar abaixo do previsível valor de mercado, a investigação das autoridades da Concorrência da Comissão Europeia às ajudas públicas concedidas aos ENVC prever que "todos os ativos da empresa têm que ser valorizados de forma concorrencial".

Ou seja, enquanto ativo dos ENVC, depois de recusado pelo Governo dos Açores, o navio terá de ser vendido em concurso público internacional que, segundo o MDN, deverá ser lançado "nas próximas semanas", tal como a subconcessão dos terrenos e infraestruturas da empresa.

O grupo MPC integra a empresa Ferrostaal, que em 2004 vendeu dois submarinos a Portugal.

O ferryboat Atlântida estava avaliado há cerca de um ano em 29 milhões de euros, segundo indica o último relatório e contas da empresa, mas valia, aquando da construção, mais de 40 milhões de euros.

O navio foi encomendado aos ENVC pela empresa Atlânticoline, dos Açores, ambas de capitais exclusivamente públicos, mas a responsável pelo transporte marítimo naquele arquipélago rescindiu o contrato com o construtor naval em 2009, alegando uma diferença na velocidade máxima do 'ferryboat'.

No final do mesmo ano, ENVC e Atlânticoline chegaram a um acordo prevendo que os estaleiros pagariam 40 milhões de euros e ficavam com o Atlântida e com o Anticiclone - o segundo 'ferryboat' encomendado pelos Açores e cuja construção ainda estava numa fase inicial quando o contrato foi igualmente cancelado.

Este acordo, explicou à Lusa uma fonte da administração dos ENVC, obrigou "à devolução das verbas adiantadas pela Atlânticoline" até 2009, implicando a contração de um empréstimo bancário que "custa atualmente 530 mil euros de juros trimestrais" aos estaleiros.

Em novembro de 2012, o presidente da Atlânticoline, Carlos Reis, revelou que aquela empresa processou judicialmente os ENVC para exigir o pagamento de uma dívida de 7,9 milhões de euros, a última tranche do acordo, que está por liquidar há dois anos, o que também condiciona a concretização, nesta fase, de qualquer negócio.

Já este ano, a Empordef entregou uma participação na Procuradoria-Geral da República (PGR) alegando dúvidas na argumentação utilizada pela Atlânticoline, empresa controlada pelo Governo Regional dos Açores, para rescindir o contrato com os estaleiros.

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