Rivalidades antigas e atraso em obras não impedem fecho de escola de Abaças

| Norte
Porto Canal / Agências

Vila Real, 15 set (Lusa) -- A escola primária de Abaças, em Vila Real, acabou por fechar apesar dos vários argumentos invocados como o atraso na construção do centro escolar, os custos, um abaixo-assinado da população e até rivalidades antigas entre aldeias.

Abaças integra a lista de nove escolas do concelho de Vila Real que já não abrem neste ano letivo. São 18 crianças que vão ser transferidas para o estabelecimento de ensino da freguesia vizinha de Guiães e a decisão de encerrar deixou descontentes os pais e os alunos.

Joel Alves vai para o 4.º ano do primeiro ciclo do ensino básico. É um menino de poucas palavras e envergonhado. A custo apenas diz que preferia andar na escola, aquela mesmo ali ao lado, a poucos metros de sua casa e onde sempre aprendeu e brincou.

A irmã Diana, mais faladora e que também fez a primária em Abaças, afirmou que o fecho "é um absurdo" até porque, na sua opinião "em Abaças há mais condições" e "tem até um refeitório praticamente novo".

Por aqui teme-se o fim dos gritos e gargalhadas dos meninos, teme-se o silêncio e o envelhecimento que, sem muito custo, vai tomando conta da aldeia.

A mãe, Alexandrina Alves, lamentou a falta de informação em todo este processo, as decisões tomadas pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC) sem serem ouvidos os pais e a viagem até Guiães.

"O Joel tem alguns problemas de saúde e tinha que vir sempre comer a casa. Agora ainda não sabemos como vamos fazer", frisou.

Na luta contra este fecho foram recolhidas cerca de 150 assinaturas, num abaixo-assinado enviado ao município e remetido ao ME.

Filipe Brigas já não tem a filha a estudar em Abaças, desentendimentos com o professor fizeram com que a transferisse para Vila Real, mas mesmo assim foi o mentor do abaixo-assinado que pretendia mostrar o descontentamento da população com a decisão de encerrar a escola.

Desde o início que o município de Vila Real se colocou ao lado dos pais e alunos e foram vários os argumentos invocados para impedir o fecho desta e das oito outras escolas no concelho.

O presidente da câmara, Rui Santos, elencou o atraso na construção do centro escolar para onde os meninos deveriam ser transferidos, devido à falência do empreiteiro que obrigou ao lançamento de um novo concurso público, faltando, neste momento, concluir ainda 500 mil euros de investimento.

Por causa disto, os meninos serão transferidos para estabelecimento de ensino que "não representam uma melhoria das "condições pedagógicas e de ensino".

Depois, segundo o autarca, a manutenção em funcionamento das escolas de Abaças e Guiães "não acarretará um acréscimo de custos na contratação de docentes, uma vez que os destacamentos por condições específicas conseguem suprir as necessidades neste aspeto".

E, por fim, numa carta enviada ao ministro Nuno Crato, Rui Santos invocou o "historial de desentendimentos e conflitos" entre as aldeias de Abaças e Guiães, "que se perde no tempo", temendo ainda que a junção entre as duas escolas possa originar um "escalar nas dificuldades de entendimento entre as suas populações".

Esse mesmo argumento foi utilizado e aceite no âmbito da reorganização das freguesias, evitando, assim, a agregação das mesmas.

Em declarações à Lusa, Rui Santos lamentou a "falta de resposta" do ministro às "preocupações da população e autarca", considerado mesmo que se trata de "uma falta de respeito".

O fecho das nove escolas no concelho implica ainda, segundo o presidente, um aumento de despesas com transportes para o município em mais "42 mil euros", o que acresce aos "860 mil euros" gastos anualmente e dos quais a câmara é ressarcida apenas em "200 mil euros" pelo ME.

PLI //GC.

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