Tribunal de Braga julga alegada burla de 1 ME à PT com venda de cartões

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Porto Canal / Agências

Braga, 11 jul (Lusa) - O Tribunal de Braga está a julgar três arguidos acusados de terem burlado a Portugal Telecom (PT) em mais de um milhão de euros, em 2007, com a revenda de cartões telefónicos PT Hello.

Os arguidos são uma vendedora da PT, entretanto despedida na sequência deste caso, e dois revendedores.

Segundo a acusação do Ministério Público (MP), aquela vendedora fez, entre maio e setembro de 2007, uma série de contratos de venda de cartões em nome de pessoas a cuja identidade teve acesso através dos outros dois arguidos.

Em tribunal, o dono de um stand de automóveis de Vizela admitiu a hipótese de um dos arguidos, que era seu amigo e da sua inteira confiança ter fotocopiado os documentos de identidade dos seus clientes, usando-os depois para os contratos com a PT.

Aos clientes que comprassem mais de 5.000 cartões, a PT exigia uma garantia bancária ou um cheque visado.

Por isso, e ainda de acordo com a acusação, os arguidos tiveram sempre o cuidado de nunca atingirem aquele limite, embora os contratos atingissem sempre um "elevadíssimo" número de cartões.

Cada cartão custava ao revendedor 4 euros e este vendia-o ao público por 5 euros.

O cliente tinha, por norma, 30 dias para pagar os cartões, embora esse prazo, no caso dos "melhores" clientes, pudesse estender-se até 90 dias.

Entre maio e setembro, foram registados, na área comercial de Braga da PT, mais de 80 novos "bons" clientes, todos muito perto do limite dos 5.000 cartões, o que levou até a empresa a dar os parabéns àquela equipa e a apontá-la como um "exemplo" a nível nacional.

No entanto, em finais de agosto, a PT detetou "um número enorme" de faturas por pagar e contactou, aleatoriamente, dois dos alegados clientes, que garantiram nunca terem procedido à compra de qualquer cartão.

Um porteiro de Nespereira, Guimarães, por exemplo, tem em seu nome uma fatura de 31.440 euros.

Detetada a fraude, um dos arguidos assumiu a responsabilidade pelos clientes por si angariados, propondo-se pagar o valor em dívida, mas não o fez.

Um cheque no valor de 300 mil euros que tinha deixado nas mãos da vendedora da PT, como uma espécie de "caução" para garantir o pagamento das faturas em atraso, acabou por ser devolvido pelo banco, por falta de cobertura.

A vendedora da PT foi suspensa e acabou por ser despedida.

A sua supervisora também foi suspensa mas, em março de 2008, acabou por ser colocada na Direção de Serviços Especializados ao Cliente da PT, também em Braga.

Dos três arguidos, apenas a vendedora compareceu ao julgamento, já que um dos outros está doente e o terceiro emigrado na Suíça.

A arguida negou o seu envolvimento em qualquer "esquema" para prejudicar a PT, garantindo que apenas se limitava a "vender cartões", que era a tarefa de que estava incumbida.

Disse ainda que os outros dois arguidos lhe "apareceram" na PT com uma "data de fotocópias" de documentos de identidade, dizendo que tinham "um grupo de revendedores" e que achou "tudo normal".

"Nunca me levantaram qualquer suspeita", acrescentou.

Os advogados de defesa sustentaram que "houve grande responsabilidade" da PT "em tudo isto", porque a empresa "apenas queria vender cartões", deixando a situação "arrastar-se até ao limite".

"A PT, com este processo, pretende branquear todo um sistema inoperacional, de descalabro total, no âmbito da venda dos cartões. Quer fazer da arguida o bode expiatório da sua desorganização", sustentou o advogado Vítor Santos.

Os arguidos estão acusados de burla qualificada e a PT pretende que sejam condenados a restituir à empresa 1.015.240 euros, o valor do prejuízo que alega ter sofrido.

O julgamento, que teve sessão na quarta-feira, continua no dia 05 de agosto.

VCP // JLG

Lusa/fim

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