O Centro Interpretativo do Património da Afurada, em Gaia, acolhe no dia 25 um evento imersivo para crianças e jovens que inclui atividades de experimentação científica, reflexão cultural, experiências sensoriais e momentos de convívio, foi esta sexta-feira divulgado.

O programa chama-se Linguarudos – Narrativas e Múltiplas Linguagens e é organizado pela companhia Imaginar do Gigante, que “pretende cruzar artes performativas, ciência e consciência ambiental, sempre com o mar como inspiração”, lê-se na descrição do evento que tem início às 14h00 e encerra com um jantar e música ao vivo a bordo de uma embarcação no Douro.

“Trabalhamos essencialmente para crianças e jovens, e, consequentemente, para os pais. Normalmente as crianças tiram os pais do sofá e acabamos por ter muitas famílias nas nossas atividades. Trabalhamos com a perspetiva de ajudar a criança a desenvolver-se a partir das artes, do teatro, a partir da dança, da pintura, ou de uma obra ou de uma escultura”, disse à Lusa o diretor da companhia, Pedro Saraiva.

Os intervenientes serão, assim, convidados a participar em experiências sensoriais e momentos de convívio, “num evento que promete envolver a comunidade e os visitantes num dia dedicado à arte, ao mar e ao futuro sustentável”.

De entrada gratuita, mas com inscrição obrigatória, o evento arranca às 14h00 com a sessão de abertura, seguindo-se Escutar a Paisagem, um percurso sensorial em que os participantes, munidos de leitores de áudio, são convidados a descobrir os sons da comunidade piscatória local.

De seguida, a instalação Espuma do Mar propõe, refere a organização, “uma viagem poética entre o real e o imaginário, abrindo espaço para uma conversa sobre inclusão através da linguagem SPC (Símbolos Pictográficos para a Comunicação)”.

A tarde continua com Algo(a) Sustentável, uma oficina prática sobre a produção de bioplásticos a partir de algas marinhas que “alia criatividade e ciência ao compromisso ambiental”.

Para as 17h30 está marcada a mesa-redonda internacional - Opostos para Ver do Outro Lado - que reunirá especialistas e agentes culturais para debater a criação, em Portugal, do centro nacional da ASSITEJ – Associação Internacional do Teatro para a Infância e Juventude, uma associação que reúne organizações de teatro e artes cénicas para crianças e jovens, dedicando-se à defesa dos direitos artísticos, culturais e educativos.

“A Imaginar do Gigante já é membro da ASSITEJ Internacional. Vamos aproveitar o Linguarudos para convidar algumas pessoas que são dos centros internacionais e de organismos nacionais para darem a conhecer ou conhecerem o projeto e podermos discutir a criação de um centro nacional. Esperamos que o centro fique em Vila Nova de Gaia e que toda a gente se possa inscrever e fazer parte da rede. Acho que juntos temos mais conhecimento”, descreveu Pedro Saraiva.

Lembrando que a edição deste ano do Linguarudos foi inicialmente pensada para professores e depois alargada a um público mais vasto, Pedro Saraiva contou à Lusa que é também intenção da companhia “criar um mecanismo artístico, pedagógico, científico, que abra um bocadinho a escola”.

“A escola ainda é vista como um sítio bom para encontrar amigo, mas depois tem de se estar sentado caladinho e direitinho. Neste projeto o conceito é criar um formato que seja catalisador de novas vivências, novas linguagens, novas abordagens e narrativas a aplicar na escola para que a escola seja um lugar livre de pensamento, livre do raciocínio, de criatividade, de imaginação”, descreveu, avançando que o próximo evento deverá ser exclusivo para professores.

O programa termina com o lançamento do novo álbum de “O Mau Olhado”, projeto one-man band do músico portuense João Cardoso.