Atraso do metro no centro de Gondomar no debate entre os candidatos do CDS-PP, do JPP e Livre
Porto Canal
A expansão do metro para Gondomar, entre o Estádio do Dragão e o Souto, é uma ânsia de anos dos gondomarenses. Em 2023, foi anunciado investimento para este e mais três traçados e apontada a sua conclusão para 2030. Esta terça-feira, no debate entre os candidatos à autarquia gondomarense nestas eleições, o tema foi debatido e gerou concordância entre os nomes do CDS-PP, JPP e Livre. Para eles, o metro no centro do concelho é mais do que necessário e depende também das forças políticas e das consequentes pressões.
O debate desta terça-feira no Porto Canal juntou os candidatos à Câmara Municipal de Gondomar do CDS-PP, JPP e Livre, com a mobilidade no concelho a dominar a discussão. Vítor Guerra (CDS-PP), Isabel Sobral (JPP) e Leonardo Soares (Livre) criticaram a ausência de transporte pesado eficaz, como o metro, alertaram para a falta de alternativas de transporte, o pagamento de estacionamento e os problemas associados à operação da UNIR.
Vítor Guerra, do CDS-PP, manifestou sérias reservas quanto ao cumprimento do calendário previsto para a chegada do metro a Gondomar: “Os sucessivos governos e a Metro do Porto assumiram que em 2029 vamos ter metro em Gondomar. Eu tenho algumas reservas quanto a isso, porque neste momento continua em lançamento de concurso."
O candidato apontou ainda que a linha prevista pouco servirá a freguesias densamente povoadas, como Valbom: "Esta linha que está planeada, pouco ou nada serve à população dessa freguesia. Vai servir quase pura e simplesmente para ligar o Souto ao Porto."
Metrobus como alternativa
Perante a possibilidade de mais atrasos, o candidato defendeu alternativas como o metrobus: “Se chegarmos a esse momento temos que pensar de facto numa alternativa do meio de transporte pesado." E concluiu: “É melhor do que não termos nenhum transporte pesado para o Porto."
Isabel Sobral, do JPP, não poupou ao descrever as dificuldades da população e como a falta de desenvolvimento da mobilidade prejudica a cidade: “Isto afasta as pessoas do comércio local, as pessoas não conseguem ir trabalhar de carro, porque efetivamente não têm onde estacionar, porque vão trabalhar para pagar o estacionamento." A candidata do JPP salientou que a falta de transportes agrava ainda mais a situação: “O metro, que entendemos que até é uma questão de justiça territorial, ainda não chegou ao centro de Gondomar. Há aqui uma falta de pressão política enorme”.
A candidata lamentou as constantes promessas incumpridas: “O metro está a ser prometido aos gondomarenses há 12 anos. Já existem estudos que provam que é possível que a linha do metro chegue ao centro de Gondomar."
E apontou responsabilidades políticas: “Eu sei que o presidente da Câmara, não vai ser ele que vai executar a obra, mas é um ator político principal para conseguir que, efetivamente, faça pressão para que o metro chegue finalmente ao concelho.”
Isabel Sobral criticou também a ineficácia da nova rede de autocarros da Unir: “Os gondomarenses estão cansados desta Rede Unir que não funciona. Os veículos não passam a horas, algumas nem passam. Basta, é preciso pôr fim a isto."
Ver esta publicação no Instagram
Leonardo Soares, do Livre, destacou os impactos sociais da falta de transportes eficazes: “Esta questão da mobilidade causa um profundo desequilíbrio social na vida em comunidade. E exemplificou: “Estamos a falar também das pessoas que acordam duas horas e meia mais cedo para se deslocar até ao trabalho e que depois demoram duas horas e meia para chegar a casa. Estas pessoas trabalham oito horas e depois gastam cinco horas em viagens de autocarro."
Rejeitando a ideia de que o seu partido pretende afastar o uso do automóvel: “Em relação à questão da mobilidade, muitas vezes acusam o Livre de querer proibir as pessoas de usarem carro, isso nunca teve nas nossas propostas. Aliás, o que nós queremos é voltar a dar a liberdade às pessoas para escolherem o meio de transporte."
Leonardo Soares relatou ainda uma conversa recente com utentes no terminal do Souto, onde lhe disseram: “Nós não precisamos de mais linhas de transporte, nós precisamos que os transportes cheguem a tempo. “Para o Livre, o problema é, sobretudo, de fiabilidade dos serviços.
