Metro do Porto garante que “todo o projeto do metrobus” foi articulado com Câmara

Porto Canal / Agências
A Metro do Porto afirmou esta quinta-feira que “todo o projeto do metrobus” foi feito em articulação com a Câmara do Porto e que a inversão de marcha na rotunda da Boavista foi testada antes do arranque da empreitada.
“A 10 de janeiro de 2023, ainda antes do arranque da obra, fez-se um teste à inversão de marcha [junto à rotunda da Boavista] com um autocarro articulado da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), no qual estiveram presentes elementos da Câmara do Porto”, disse à Lusa fonte oficial da Metro do Porto.
A resposta da empresa responsável pela conceção e execução do projeto do metrobus surgiu após questões da Lusa sobre a avaliação da Sociedade de Transportes Coletivos, futuro operador do metrobus, que propõe que o veículo contorne a rotunda da Boavista, em vez de fazer inversão de marcha no topo da avenida da Boavista, entrando em contramão na rotunda, como foi ensaiado a 5 de junho.
Na avaliação técnica, a STCP descreve que, durante os testes, “o veículo teve de invadir várias vias adjacentes à sua faixa dedicada, exigindo a interrupção completa dos restantes fluxos de tráfego”.
“Este facto representa uma limitação, pois o arranjo da atual via não comporta a inversão de um autocarro articulado de 18 metros dentro das faixas de rodagem normais, sem interferir com a circulação transversal”, avisa.
Para a STCP, “aquilo que em ambiente controlado foi geometricamente exequível sem incidentes, tornar-se-ia, no dia-a-dia, uma operação complexa, suscetível a erros de coordenação e a constrangimentos de trânsito”.
A STCP propõe ao presidente da autarquia “que a inversão do sentido de marcha se faça contornando a rotunda da Boavista”, para “assegurar a fiabilidade e eficiência da operação do metrobus”.
Na resposta, a que a Lusa teve acesso, Moreira disse “importa testar operacionalmente a solução” de colocar o metrobus a circular na rotunda da Boavista “antes de qualquer decisão definitiva, de forma a aferir a alternativa mais eficaz para garantir a frequência prevista do serviço – fator determinante para que este novo modo de transporte se afirme como um caso de sucesso na cidade”.
“Tendo presente que não se prevê o início da operação durante o presente mandato, não se identificam objeções à solução em apreço, desde que a mesma se revele vantajosa do ponto de vista da fluidez operacional”, disse.
Depois disso, fonte oficial da Metro do Porto vincou também que “todo o projeto da metrobus foi feito em articulação com a Câmara do Porto”.
A 30 de janeiro de 2023, na apresentação da empreitada, é indicada a “introdução de uma microrrotunda em frente à Casa da Música, necessária para que o autocarro a hidrogénio do metrobus faça a mudança de sentido em 30 segundos”, como uma das “principais novidades” face ao que tinha sido revelado antes sobre o projeto.
A informação foi difundida na notícia da Agência Lusa sobre o evento e no portal porto.pt da autarquia.
Num vídeo disponibilizado pelo porto.pt, o presidente da autarquia, Rui Moreira, afirmou que a Câmara andou a “afinar o projeto com o presidente da Metro” e “a solução original que previa que o veículo tivesse de contornar a rotunda da Boavista afinal não foi necessária”.
De acordo com o autarca, “acabou por se encontrar uma solução mais amigável”.
O metrobus vai ligar a Casa da Música à Praça do Império (em 12 minutos) e à Anémona (em 17) e tem previstas as estações Casa da Música, Guerra Junqueiro, Bessa, Pinheiro Manso, Serralves, João de Barros e Império, no primeiro serviço, e no segundo Antunes Guimarães, Garcia de Orta, Nevogilde, Castelo do Queijo e Praça Cidade do Salvador (Anémona).
Os veículos do serviço serão autocarros a hidrogénio visualmente semelhantes aos do metro convencional e construídos por 29,5 milhões de euros por um consórcio que integra a CaetanoBus e a DST Solar, incluindo a infraestrutura de alimentação.
A obra do metrobus custa cerca de 76 milhões de euros.