A Iniciativa Liberal (IL) de Gaia disse esta quinta-feira que o município é "uma cidade a brincar às estações" ferroviárias de alta velocidade, pedindo que se respeite o caderno de encargos do concurso público, com estação em Santo Ovídio.

"Hoje, dia 10 de abril de 2025, é colocada em causa uma das condições fundamentais do Caderno de Encargos do Lote A da Linha de Alta Velocidade: a estação ferroviária de Santo Ovídio", refere o comunicado dos liberais de Gaia enviado à Lusa, em que afirmam que lutarão "por uma mobilidade a sério junto dos portugueses, o que implica a execução do Caderno de Encargos adjudicado e onde se inclui a estação de Santo Ovídio".

Em causa estiveram propostas não vinculativas para mudar em quilómetro e meio a sul a localização da estação de Gaia, inicialmente prevista para Santo Ovídio, e fazer duas pontes sobre o Douro em vez de uma rodoferroviária, votadas esta quinta-feira favoravelmente em reunião de Câmara pelo executivo PS e votos contra do PSD.

Em Assembleia Municipal, a votação das propostas foi adiada para depois das legislativas.

A IL recorda que a estação de Santo Ovídio já estava prevista aquando do "concurso público para a construção deste troço", parte da linha ferroviária de alta velocidade Porto - Lisboa, e também aquando da adjudicação em 10 de outubro de 2024 ao consórcio LusoLav (Mota-Engil, Teixeira Duarte, Alves Ribeiro, Casais, Conduril e Gabriel Couto).

"É um total arrepio ao Código da Contratação Pública e um total arrepio à estruturação organizativa desta obra de basilar importância para Portugal a forma como o consórcio LusoLav altera de forma fundamental o projeto da Linha de Alta Velocidade apenas com o município de Vila Nova de Gaia", aponta a estrutura gaiense da IL.

Os liberais vincam que o processo foi conduzido "deixando ao total desconhecimento a Câmara Municipal do Porto, a Infraestruturas de Portugal, o Ministério das Infraestruturas e Habitação e o Governo português".

"É igualmente um arrepio a conceitos básicos de engenharia de transportes, preterindo Santo Ovídio, que é um local por excelência para a instalação de uma estação ferroviária no centro do miolo urbano de Vila Nova de Gaia, permitindo o rebatimento da Linha Amarela e Rubi do Metro do Porto, de mobilidade suave e até mesmo de deslocação pedonal dos passageiros", considera a IL/Gaia.

Os liberais afirmam que a Câmara de Gaia, liderada por Eduardo Vítor Rodrigues (PS), "sozinha, coordenou com arquitetos e o consórcio LusoLav uma nova estação afastada do miolo urbano gaiense, numa reserva ecológica protegida, rodeada de terrenos agrícolas, habitação de baixa densidade e sem ligação no curto prazo ao Metro do Porto".

"Infelizmente, a Iniciativa Liberal de Vila Nova de Gaia já perdeu a conta no que diz respeito aos momentos confrangedores do Executivo Municipal de Eduardo Vítor Rodrigues e do Partido Socialista nos últimos anos", sendo o de hoje "mais um deles", acusam.