André Villas-Boas: "O FC Porto está no bom caminho para conseguir a sustentabilidade financeira"

Porto Canal
A sensivelmente um mês de completar um ano na presidência do FC Porto, André Villas-Boas concedeu uma extensa entrevista a O JOGO e ao Jornal de Notícias, na qual falou sobre os mais variados temas relacionados com o passado, o presente e o futuro do clube. Revelando que a situação que encontrou era “quase de calamidade, com uma rotura total de liquidez”, parecendo “quase impossível pensar que o FC Porto, em 11 meses, procedeu ao pagamento de 179 milhões de euros do seu passivo, entre pagamentos a clubes, fornecedores, agentes e dívida financeira”.
Enaltecendo “a recompra dos direitos televisivos”, que “no campo financeiro é uma das grandes vitórias”, André Villas-Boas não tem dúvidas de que o FC Porto “está no bom caminho para conseguir a sustentabilidade financeira”. Ainda assim, “há um emagrecimento enorme a fazer a nível de custos” e é imperial regressar o mais rápido possível à Liga dos Campeões, “uma competição da qual não podemos estar muito tempo afastados”.
Na vertente desportiva, o FC Porto perdeu ativos valiosos, mas a verdade é que “em dois mercados fizemos 173 milhões de euros em vendas, o que é elevadíssimo”, prosseguiu o presidente dos Dragões, orgulhoso por ver que o clube “recuperou toda a sua credibilidade na banca internacional”, o que representa “uma das grandes vitórias nestes 11 meses de presidência”.
Sublinhando que a operação Dragon Notes não vai, “de todo”, beliscar o futuro do FC Porto, e que vai, isso sim, gerar “liquidez”, André Villas-Boas não escondeu que em novembro passado o cenário financeiro era “de desespero absoluto”, pois havia “salários em atraso nas modalidades, no futebol e nos funcionários”. Entretanto, foram dados “grandes passos” para que o clube esteja “saneado financeiramente na totalidade”.
No cômputo geral, o líder máximo do clube destacou “o alento, a dinâmica e o suporte dos sócios”, mas acima de tudo “a paciência que têm tido perante este momento”. “Quando chegámos, procedemos a um aumento significativo de preços, no que toca à bilhética e também aos lugares anuais. E isso não impediu duas coisas: um crescimento de 23% dos lugares anuais e um crescimento de 33% na bilhética. São sinais fortes de que os sócios, apesar da fragilidade do momento desportivo, acreditaram nesta Direção e nas suas decisões, sendo que é óbvio que neste momento o desânimo os invade por conta do futebol. Diria que no campo empresarial, institucional e associativo, os passos têm sido enormes. E poderiam ter sido ainda maiores se o futebol tivesse acompanhado”, finalizou André Villas-Boas.