Montenegro mostrou ao país que “tem alguma coisa a esconder”, considerou André Ventura

Montenegro mostrou ao país que “tem alguma coisa a esconder”, considerou André Ventura
| Política
Porto Canal/ Agências

O presidente do Chega considerou esta terça-feira que a proposta do Governo de redução do prazo da comissão de inquérito ao caso da empresa do primeiro-ministro foi uma forma de o branquear e de mostrar que "tem alguma coisa a esconder".

“Eu já disse isto uma vez, assumo as palavras e levá-las-ei até ao fim. José Sócrates não era pior. O que aconteceu esa terça-feira no parlamento foi uma manobra que José Sócrates acharia graça, acharia bem e que certamente faria, mas teve uma vantagem. A vantagem é que ficou aos olhos do país todo que Montenegro tem alguma coisa a esconder”, disse André Ventura aos jornalistas no parlamento após a votação da moção de confiança.

André Ventura considerou que se fosse qualquer outro partido a fazer a mesma proposta feita pelo executivo “caía o Carmo e a Trindade” e garantiu que se o PS, na próxima legislatura, não avançar com a comissão de inquérito, será o Chega a fazê-lo.

Questionado sobre se esta será a primeira iniciativa do Chega na próxima legislatura, André Ventura não quis responder, afirmando que é preciso esperar pela nova configuração parlamentar.

Inquirido sobre se tem preferência entre 11 e 18 de maio - datas já equacionadas pelo Presidente da República - para as próximas legislativas, o líder do Chega disse que ainda está a refletir sobre o assunto, enumerando os pontos positivos e negativos dos cenários em cima da mesa.

“Eu acho que com o prazo tão curto que temos, quanto mais prazo houver para todos nos organizarmos, penso que isso é positivo. Por outro lado, também podemos dizer que quanto mais rápido, para sairmos da crise, melhor”, disse.

André Ventura afirmou ainda não ter tomado uma decisão sobre a sua candidatura presidencial, agora que o país espera umas novas eleições legislativas.

A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, defendeu que Luís Montenegro “não esteve em exclusividade” ao “receber avenças” e, por isso, “não pode continuar a ser primeiro-ministro”, salientando que o próprio sabe disso e “tenta as eleições como uma saída política”.

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, considerou que o que se verificou esta terça-feira no plenário foi “um jogo do empurra”, defendendo que o que o país precisa não são “de jogos de sombra, nem de truques e manobras”, mas antes de respostas para os problemas da população.

Por sua vez, o porta-voz do Livre Rui Tavares sustentou que a tese de que o Governo fez tudo para evitar eleições é “uma lenga lenga bem montada”, mas ninguém acredita, acusando Luís Montenegro de ser o único responsável pela atual crise política, considerando que não fez o que era preciso para impedir que se chegasse à atual situação.

A deputada única do PAN, Inês Sousa Real, também considerou “lamentável que o primeiro-ministro tenha arrastado o país para esta crise político” e lamentou que, durante o debate desta terça-feira, “os maiores partidos” não tenham sido “capazes de dialogar” e o Governo não tenha retirado a moção de confiança.

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