Aveiro quer inscrever produção do sal no Inventário do Património Cultural Imaterial
Porto Canal/ Agências
A Câmara de Aveiro vai avançar com um pedido de inscrição da produção tradicional do sal de Aveiro, uma atividade milenar no concelho, no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, foi esta segunda-feira anunciado.
O anúncio foi feito pelo presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves, um dia depois do aniversário do testamento da Condessa Madona Dias ao Convento de Guimarães, em que aparece a primeira referência escrita ao sítio de Aveiro e à prática da salicultura.
“Depois de termos conseguido alcançar esse objetivo importante para o culto de Santa Joana e para a Festa de São Gonçalinho, anunciamos esta segunda-feira esse trabalho que já estamos a fazer, e que vamos formalizar, proximamente, da inscrição da produção tradicional do sal do Aveiro no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial”, disse o presidente da câmara.
Ribau Esteves explicou que o principal objetivo desta candidatura é preservar este património que faz parte da história de Aveiro.
“Há aqui um objetivo primeiro que é guardar formalmente esta memória em registo formal e por aí também criar incentivo para a sua preservação, aumentar a atratividade para o seu conhecimento. São objetivos de primeira linha que nós temos com esta inscrição que queremos fazer”, explicou o autarca.
A extração de sal é uma atividade milenar em Aveiro, havendo registos da sua prática na região datados de 959, variando a área ao longo dos séculos, consoante as alterações morfológicas da própria ria.
De grande relevância económica no passado, sendo, a par da cerâmica, um dos produtos exportados pela região para vários países, a exploração do salgado aveirense, com uma área de quase 2.600 hectares, entrou em declínio e, atualmente, são já poucas as marinhas que se mantêm em atividade.
“Em produção são um pouco mais de meia dúzia, não chega a uma dúzia, arredondando a conta”, precisou o autarca.
Atualmente, os métodos ancestrais da produção do sal artesanal em Aveiro ainda podem ser observados no Ecomuseu Marinha da Troncalhada, uma salina que foi adquirida pela autarquia em 1995 e transformada num museu ao ar livre.