Santa Maria da Feira recebe 280 artistas em palco em produção orquestral e circense

Santa Maria da Feira recebe 280 artistas em palco em produção orquestral e circense
Foto: Europarque
| Norte
Porto Canal / Agências

Grande Auditório do Europarque, em Santa Maria da Feira, recebe no sábado a estreia da produção “Filarmonia da Humanidade – O corpo em busca de luz”, em que cerca de 280 artistas refletem sobre o progresso dos valores humanos.

Com os seus 1.408 lugares já esgotados, a sala de espetáculos do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto irá assim acolher acrobatas do Clube A4, ‘performers’ do Instituto Nacional das Artes do Circo e 200 músicos das bandas locais de Arrifana, Vale, Lobão e Souto.

A diretora artística da produção e autora do respetivo guião, Patrícia Pires, disse que o espetáculo evoca a esperança na preservação dos valores e princípios fundamentais do ser humano, com base no conceito de progresso enquanto “aprimoramento dos seus modos de vida”. Em termos cénicos, isso far-se-á com “subtileza e beleza estética, porque todos os momentos foram pensados como se fossem fotografias para registar na memória”.

A música que acompanha o espetáculo será “Luz”, uma criação original do compositor Nuno Peixoto Pinho que, em quatro andamentos, se propõe revisitar e transformar sonoridades que marcaram a história da música.

Segundo explicou o autor à Lusa, o número “4” funcionará como “o fio condutor” de toda a produção, já que, de formas distintas, estará “simbolicamente presente ao longo dos 60 minutos do espetáculo, com referência a 44 obras do cânone musical”.

“‘Luz’ é um convite à reflexão sobre o progresso, não como uma linha reta e única, mas sim como um vitral construído por diferentes cores, formas e texturas”, defendeu o compositor. “É inspirada pela força do diálogo entre diferentes linguagens musicais e, através de citações, alusões e releituras, convida a reconhecer a riqueza da tradição musical e a sua importância na construção do presente – no que a pluralidade, longe de ser um obstáculo, se revela como o próprio motor do progresso, já que é na capacidade de ouvirmos diferentes vozes e de integrarmos diferentes perspetivas que encontramos o verdadeiro potencial para a inovação e a transformação”, acrescentou.

Essa banda sonora foi criada ao longo de sete meses e, no processo, “o maior desafio” do compositor foi “criar uma obra tecnicamente exigente, mas que entusiasmasse os músicos durante a sua interpretação”.

Considerando os quatro coletivos musicais associados ao projeto, Nuno Peixoto Pinho disse que também “foi crucial garantir que o nível de dificuldade da obra representasse o progresso das bandas filarmónicas” em causa, do que resultou uma composição que se situa no “equilíbrio entre desafio técnico e musicalidade”.

Todo o espetáculo “Filarmonia da Humanidade – O corpo em busca de luz” é uma encomenda da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, para marcar o encerramento da programação cultural associada aos 520 anos da Festa das Fogaceiras, celebrada a cada 20 de janeiro em cumprimento da promessa medieval feita a São Sebastião em troca da sua influência protetora contra a peste bubónica.

O vereador da Cultura, Gil Ferreira, recordou que a primeira produção do projeto “Filarmonia” foi em 2016, também para o encerramento das Fogaceiras, e motivou uma evolução significativa na prestação das quatro bandas filarmónicas do concelho: “Nos dias atuais já é comum bandas e orquestras tocarem com artistas nacionais, mas, na altura, este foi um projeto pioneiro, que inovou pelo arrojo de juntar no palco os 200 músicos das nossas filarmónicas com uma banda de tributo a Eric Clapton”.

Consolidado o conceito, que evoluiu entretanto para “um novo patamar de agregação de disciplinas e técnicas artísticas completamente distintas da música”, o vereador concluiu que do projeto “Filarmonia” inicial sobressaem duas conquistas: “A agregação de uma massa orquestral de mais de 200 músicos em palco e o caráter inovador na base da sua génese, nos dias atuais generalizado e replicado em diversas escalas e em vários territórios”.

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