Alojamento para estudantes criado em edifícios do centro histórico de Viseu
Porto Canal / Agências
Três edifícios situados na Rua do Gonçalinho, no centro histórico de Viseu, vão ser reconstruídos e transformados em alojamento a custos controlados para estudantes do ensino superior, num investimento de cerca de três milhões de euros.
Esta segunda-feira decorreu o ato de consignação da obra, que tem um prazo de execução de 483 dias e permitirá alojar 52 estudantes em 28 quartos.
Durante a cerimónia, o presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, disse que a obra terá acompanhamento arqueológico, mas fez votos de que este “não seja impeditivo” do cumprimento dos prazos, uma vez que se trata de uma empreitada financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Segundo Fernando Ruas, só se conseguirá dar vida ao centro histórico de Viseu se se valorizar o património arqueológico, mas também se houver celeridade nas obras.
“Nós fizemos o trabalho a montante, foi necessário ter as precauções que a arqueologia nos exige antes. Espero que agora na obra não volte a haver mais percalços e que decorra normalmente para que cumpramos os prazos”, afirmou o autarca aos jornalistas.
O administrador da Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) Viseu Novo, Jorge Martins, aludiu à importância de atrair e fixar jovens no centro histórico da cidade e como este alojamento poderá contribuir para esse objetivo.
“Esperamos que seja um rastilho para que os privados sigam as nossas pisadas”, frisou.
Fernando Ruas lamentou que, apesar dos investimentos da autarquia, a Rua Direita não esteja nos seus “tempos áureos” e fez votos de que os estudantes que irão viver nas proximidades, na Rua do Gonçalinho, a passem a frequentar.
Além dos 28 quartos para utilização de 52 estudantes, o projeto prevê duas cozinhas, duas salas de refeições, duas salas de convívio, uma sala de estudo, uma biblioteca e uma lavandaria, entre outros espaços.
Durante a tarde desta segunda-feira, foram consignadas mais duas obras financiadas pelo PRR, relativas a habitações na Quinta da Pomba, na freguesia de Ranhados.
Na primeira, no valor de 166.204,85 euros e que tem um prazo de execução de 364 dias, espaços que eram destinados a comércio e serviços serão reconvertidos em quatro fogos para arrendamento social.
A segunda prevê a construção de um edifício de habitação social com nove fogos sociais (três pisos e uma cave), no mesmo prazo e por um valor de 953.140,50 euros.
“São treze habitações, sendo nove novas e quatro de adaptação de espaços comerciais que não tiveram adesão à sua utilização e serão transformados em T1”, explicou Fernando Ruas aos jornalistas.
Foi ainda consignada a empreitada de requalificação do cruzamento da Estrada Nacional (EN) 16 com a via municipal 1352 em Prime, na freguesia de Fragosela, por cerca de 40 mil euros.
O objetivo é alterar a organização da via, adotando uma “rotunda furada” que tornará a EN16 uma via prioritária.
Segundo Fernando Ruas, esta rotunda em Prime (idêntica às que existem em Espanha) será “um ensaio”, porque se der resultado serão feitas alterações também em outras rotundas na saída de Viseu para Tondela.