O programa de reabilitação urbana Rua Direita, da responsabilidade da Câmara do Porto, terá em 2025 todas as obras lançadas, disse à Lusa o vereador do Urbanismo e Espaço Público da autarquia, Pedro Baganha.

"Já não está nada em cima das nossas mesas, ou está em obra, ou estão os concursos lançados", disse à Lusa o responsável, também presidente da empresa municipal Gestão e Obras do Porto (GO Porto), detalhando que "o grosso do trabalho administrativo está feito, está tudo lançado, está tudo em obra, tudo concluído, tudo pronto a ter máquinas no terreno".

Segundo Pedro Baganha, em causa está "uma quantidade de investimento significativa, de mais de 30 milhões de euros" relativa ao programa que foi lançado em 2018, com um total de 17 projetos distintos, 31 empreitadas e 90 arruamentos a intervencionar.

De acordo com dados da Câmara do Porto, "até agora, já foram totalmente concluídas 14 obras do Programa Rua Direita, resultando na reabilitação de 27 ruas, mais de quatro quilómetros de intervenção e um montante superior aos 11,8 milhões de euros investido".

"Nas obras ainda a decorrer estão incluídas 18 ruas, estando em causa uma extensão superior aos 2,8 quilómetros", e, estando estas previstas terminar em 2025, estima-se que no próximo ano "o programa alcance a execução de 20 das 31 empreitadas previstas, com a requalificação de 45 ruas e cerca de sete quilómetros de arruamentos".

As obras atualmente em execução são na Travessa de Entre Campos e outras; na Rua Monte de São João e Travessa do Monte de São João; na Rua das Doze Casas e Rua Gil Vicente; na Travessa da Maceda, Rua da Maceda e outras; na Travessa de S. Dinis; Rua Ramalde do Meio e na Rua Direita do Viso e outras.

Ficarão assim a faltar 11 empreitadas a terminar para lá de 2025, pois há várias intervenções com duração prevista superior a um ano.

Atualmente, estão em contratação nove empreitadas, tendo sido dois concursos lançados em dezembro (Caminho e Travessa da Asprela e Travessa da Regeneração), estimando a Câmara do Porto que em 2025 todos os projetos estejam "concluídos ou em fase de execução".

Para Pedro Baganha, o programa intervém "uma espécie de um Porto esquecido, num tecido urbano e um conjunto de arruamentos que já não viam investimento público há muitas décadas", sendo espaços "demasiado negligenciados".

O vereador salienta que este tipo de intervenções "aumenta a qualidade de vida", já que são espaços "desenhados a pensar nas pessoas, na acessibilidade, eliminando obstáculos arquitetónicos", e por outro lado "faz a modernização completa de todas as infraestruturas destes arruamentos" em termos de "água, eletricidade, comunicações".

"Estamos a falar de intervenções que não são meramente de cosmética ou superficiais", refere, falando ainda numa dimensão de valorização económica dos espaços, pois "por cada euro público investido no domínio público, normalmente [...] se segue um multiplicador de cinco a 10 vezes de um investimento privado na reabilitação do edificado" circundante.

Pedro Baganha destacou ainda a "abordagem integral ao território do município" em vez de uma intervenção "ruinha a ruinha, uma atrás da outra".

"Houve aqui uma lógica de conjunto que, no final, acho que traz uma grande coerência ao resultado final no que diz respeito ao desenho dos espaços públicos", considera.

O programa Rua Direita já concluiu intervenções em freguesias como Aldoar, Lordelo do Ouro, Massarelos, Paranhos, Cedofeita, Campanhã, Foz do Douro e Santo Ildefonso.