À boleia de sessões de meditação, alunos de Albergaria-a-Velha melhoram desempenho escolar
Catarina Cunha
As sessões de meditação destinadas às crianças do Pré-escolar e 1º ciclo do Ensino Básico de Albergaria-a-Velha arrancaram há dois anos, no âmbito do projeto “Encontros com a Educação - Todos pelo Sucesso” e pretendem “melhorar os indicadores de concentração dos alunos”.
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“Vamos imaginar que temos uma laranja debaixo do pescoço e ouvir esta fada”, diz Alexandra Gomes, Psicóloga, antes de dar início à meditação guiada. A turma do 2º ano de escolaridade da Escola Básica da Avenida de Albergaria-a-Velha encontra-se sentada em roda, em silêncio e de olhos fechados. São cinco minutos de tarefa. A maioria dos alunos escuta com atenção as orientações dadas pela responsável, embora haja um ou outro com a tendência para se distrair.
Depois dos exercícios de respiração, chega a vez dos “jogos de ginástica mental”, que ajudam a “promover a atenção e o foco”. Começam com a massagem nas orelhas e terminam a desenhar o número oito com os braços esticados. Alexandra Gomes, percorre cada lugar para corrigir as posições dos mais pequenos.
No final, a energia inicial dos alunos é ‘transformada’ em tranquilidade e bem-estar. Estão reunidas as condições para um repleto dia de aulas. “Verificamos que as crianças são mexidas e isso pode prejudicá-las na sala de aula”, comenta ao Porto Canal a profissional de saúde.
Melhorar “indicadores de concentração”
O projeto da Câmara de Albergaria-a-Velha nasceu há dois anos e conta já com
25 sessões. Catarina Mendes, Vereadora da Educação explica que o objetivo do programa prende-se com a melhoria dos “indicadores de concentração”, “da predisposição de aprendizagem e por consequência do ambiente escolar”.
A profissional adianta também que a autarquia, situada no distrito de Aveiro, desenvolve um “conjunto de atividades” para capacitar profissionais, encarregados de educação e a comunidade escolar na área.
Por sua vez, a Psicóloga assegura que a prática “tem surtido efeito” nos estudantes e que o feedback dos encarregados de educação “tem sido positivo”. “Alguns vão para casa ensinar aos pais”, conta, enaltecendo que o procedimento deveria ser repetido diariamente e implementado no plano curricular.
Idêntica avaliação fizeram as crianças após a sessão. “Gosto muito. Concentro-me mais e fico mais calma”, atirou Clara, de sete anos, admitindo que já replicou a prática em casa com a sua mãe.