Os deputados do PSD na Assembleia da União de Freguesias da Foz do Porto e outros membros das listas do partido renunciaram ao cargo por incumprimento do acordo estabelecido com o movimento independente relativamente à presidência da mesa.

Em declarações à agência Lusa, João Pedro Antunes, que encabeçou a candidatura do PSD à União de Freguesias (UF) da Foz nas ultimas autárquicas, esclareceu esta segunda-feira que o movimento "incumpriu o acordo acertado" em 2021.

Segundo o deputado, no âmbito do acordo, o movimento independente Aqui Há Porto "ficou com a presidência da Assembleia de Freguesia" e o PSD com os dois secretários da mesa, situação que se inverteria a meio do mandato.

Com a saída de Tiago Mayan, que renunciou ao cargo depois de assumir ter falsificado assinaturas do júri do Fundo de Apoio ao Associativismo Portuense, os eleitos entenderam que "era a altura ideal".

"Na sequência dos últimos e infelizes eventos, e um bocadinho mais fora do prazo dos dois anos, entendemos que era a altura ideal", referiu, acrescentando que era intenção do movimento independente propor o nome do atual presidente da Assembleia da UF, José Esteves de Aguiar, para a vaga de vogal no executivo.

"Estávamos de acordo, o dr. Esteves de Aguiar era uma pessoa íntegra e nós assumíamos a presidência da mesa, mantendo os lugares no executivo, mas o movimento disse que não estava de acordo e que se opunha à pessoa que propúnhamos", esclareceu, dizendo que o nome proposto foi o de Fernando Braga de Matos, primeiro secretário da mesa.

"O dr. Fernando Braga de Matos foi eleito por unanimidade há três anos", assinalou, dizendo que o movimento decidiu "dar o dito por não dito".

"Confrontados com a quebra do acordo, não nos poderíamos manter indiferentes e admitir a comunhão no executivo com aqueles que não querem honrar o acordo e que, com a quebra da palavra dada pelo seu candidato, poderão ter destruído uma maioria, tentando estender a este grupo da bancada do PSD a divisão que grassa nas fileiras do próprio movimento", lê-se no comunicado.

À Lusa, João Pedro Antunes afirmou que apesar de os membros da candidatura não concordarem com a decisão do movimento, o PSD "está de acordo".

"Se o partido insiste que assim está bem, que não há problema nenhum em não saudar o acordo, vamos é continuar a ter duas pessoas no executivo porque essa é a decisão estratégica, não nos compete a nós resolver a situação", referiu.

Destacando que a "coerência não se apregoa", os 15 membros já apresentaram o pedido de renúncia ao presidente da Assembleia de Freguesia, sendo que cinco integram aquele órgão autárquico, nomeadamente João Pedro Antunes, Francisco Rio, Miguel Aroso, Ana Sofia Santos e Costa César Machado e Fernando Braga de Matos.

Os restantes integraram as listas do PSD nas últimas autárquicas, nomeadamente, Nuno Krug de Noronha, Pedro Nunes de Almeida, Paula Susana Santos Araújo Costa, Branca Rodrigues Sarmento Ferreira de Melo e Sousa, Alice da Conceição Pinto Rodrigues Alves, Ana Filipa Amaral Osório, Pedro Barbosa Vaz Pinto de Sousa, Tomás Barbosa de Oliveira, Francisco Amaral Osório e Fernando Amorim Pinto.

O lugar de Tiago Mayan na presidência da junta foi ocupado pela número dois no executivo, Ana Furtado.

Na sessão extraordinária da Assembleia da União de Freguesias (UF) de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, realizada no final de novembro, estava prevista a nomeação de um novo membro para ocupar a vaga de vogal no executivo, tendo a presidente proposto a nomeação de Maria Benedita de Mattos Chaves Pinheiro Torres.

Com oito votos a favor e 11 contra, a eleição não foi aprovada, tendo a sessão sido interrompida e a votação adiada para uma nova sessão face à falta de consenso.