AMP considera que referência em ata a estimativas de faturação na Unir está descontextualizada
Porto Canal / Agências
A Área Metropolitana do Porto (AMP) considerou esta sexta-feira que a referência a que a faturação inicial da rede Unir "era feita inicialmente por estimativa", lavrada em ata de uma reunião em 01 de agosto, está descontextualizada.
"A referência à estimativa na reunião de 01 de agosto encontra-se descontextualizada e resulta duma proposta, que veio a ser aprovada em setembro, para agilizar o cálculo da parcela que corresponde aos 25% da receita devida ao operador", refere fonte oficial da AMP numa nota enviada à Lusa.
Na quinta-feira, a Lusa noticiou que a primeira-secretária da comissão executiva da AMP, Ariana Pinho, assumiu numa reunião que a faturação inicial da rede de autocarros Unir era feita por estimativa, sendo agora feita pela bilhética e com base em reclamações.
De acordo com uma ata de uma reunião da Comissão Executiva de 01 de agosto, consultada pela Lusa, o então secretário metropolitano Tiago Sá Carneiro, que deixou o cargo em outubro, questionou "como estavam a fazer o controlo da faturação da operação Unir".
Na resposta, de acordo com a ata, Ariana Pinho afirmou que atualmente "estava a ser efetuada como sempre tinha sido feita, com base na bilhética e com o cruzamento das reclamações" recebidas pela AMP.
No entanto, a responsável assinalou uma "melhoria relativamente ao passado, dado que a faturação era feita inicialmente por estimativa até terem as validações reais efetuadas dadas pela TIP [Transportes Intermodais do Porto]", a gestora da rede de bilhética Andante.
Esta sexta-feira, fonte oficial da AMP refere que em causa estava o cálculo da parcela de 25% de receita tarifária devida ao operador (os restantes 75% do pagamento aos operadores resultam dos quilómetros efetuados), que "apenas pode ser calculada após o processo de repartição da receita intermodal".
"Tendo sido verificados alguns constrangimentos que resultaram na dilação deste processo, designadamente em resultado da introdução em 2024 do novo tarifário gratuito para Sub23 anos, foi proposto um modelo de repartição destes passes, e apenas estes, com base numa estimativa, que é sempre corrigida após o apuramento dos valores reais", esclarece a AMP.
Da ata, consultada pela Lusa, nada consta relativamente a estes constrangimentos, mas a AMP assegura que "a remuneração aos operadores nunca foi paga por estimativa, mas sempre através da verificação exaustiva das viagens realizadas".
"A AMP não paga as viagens não realizadas, ou as que forem realizadas mas não estejam previstas no plano de operação ou não tenham sido autorizadas pela AMP", refere.
Na sequência da nota desta sexta-feira da AMP, a Lusa voltou a questionar como é feita a "verificação exaustiva das viagens realizadas", que fontes de informação são utilizadas e como pode a AMP aferir da veracidade da informação veiculada nas reclamações, e aguarda resposta.
No dia 21 de agosto, a Lusa já tinha questionado a AMP se tinha forma de saber, eletronicamente, se os serviços não estão a ser efetuados, tendo fonte oficial respondido que "a AMP monitoriza as falhas de serviço das quais recebe informação através de diversas fontes".
À data, na sequência das respostas, a Lusa questionou adicionalmente, em 22 e 27 de agosto, que fontes de informação eram utilizadas pela AMP para aferir a execução do serviço, e como podia a AMP verificar a veracidade da informação relativa a queixas, mas nunca obteve respostas.